26 março 2009

Dinâmica do Movimento Articular (DMA)

O movimento humano tem sido um objeto de estudo amplamente investigado.

A capacidade de produzir movimento nos posiciona, em conjunto, com uma córtex cerebral (cortex cerebralis,latim: Córtex=Casca) e um polegar capaz de realizar oponência, como candidatos a sobreviver ao processo de seleção natural.

O movimento é uma das principais características e sua compreeenção exige uma dose extra de esforço em seu estudo.

Em um simples flexionar e estender de um segmento corporal deflagam uma série de sub-eventos, ou partículas, frações de evento que se convergem para a produção de um trabalho final, no caso , o movimento.

Um dos componentes essenciais para a realização de um movimento é a presença de um ponto articulado que permita, delimite e restrinja um deslocamento no espaço, conhecemos os pontos articulados como articulações, existem vários tipos de articulações que são classificadas segundo o tipo de movimento produzido.

Uma parte importante, antes de entender o processo que envolve o movimento em uma dada articulação, e que resultou na perda ou restrição de sua plena capacidade, está em compreender os componentes da movimentação articular e seguimentar (artrocinemática e osteocinemática), com base nisso, podemos analisar quais são as variáveis anômalas que eventualmente possam se apresentar corroborando com a disfunção da articulação analisada.

Ao analisar a amplitude de movimento articular (ADMa) alguns pontos devem ser levados em consideração afim de isolar o(s) componente(s) anômalo(s); Observação do componente elástico de produção ativa do movimento (músculo) (sensação macia), as partes inertes (cápsulas, ligamentos, etc.) que permitem, delimitam, restringem e facilitam a produção do movimento( sensação firme) e as partes duras ( ossos ou a articulação propriamente dita, sensação dura). Todas estas estruturas compõe ativa ou passivamente o movimento, e são solicitadas em maior ou menor grau ao longo do arco de movimento (AM).

Aprofundando a análise, devemos observar os sub-eventos deste processo, pertencentes ao sistema proprioceptivo, tal como o número de fibras solicitadas a realização do movimento ( agonistas, antagonistas, sinergistas e coaptores), a taxa de tensão ligamentar linear e transversa existente em dado ponto do ângulo articular, o grau dos componetes de deslize e rolagem dentro da articulação, etc. Todos esses eventos, os de caráter ativo-voluntário e passivo-involuntário, em conjunto compõe a Dinâmica do Movimento Articular (DMA).

Como mencionado anteriormente, o conhecimento destes componentes, que estão presentes durante a produção de um movimento, orientam o reconhecimento das possíveis alterações ao longo do AM. Ao avaliar o AM todos os estes eventos e sub-eventos, fundamentalmente os perceptíveis ao examinador devem ser levados em consideração para a elaboração do plano de tratamento.

A dor, a rigidez, os ruídos e outros eventos anormais devem ser registrados qualito-quantitativamente, a fim de colaborar ao amplo entendimento dos acontecimentos simultâneos que se apresentam durante a realização de um arco de movimento, oferecendo base a tomada de decisão para a elaboração de um plano de tratamento. Referente a armazenagem, o registro destes eventos, deve levar em consideração o ponto inicial e final ao longo do AM, a intensidade destes eventos anômalos também é um dado relevante a ser armazenado.

Atualmente o instrumento amplamente utilizado pelos fisioterapeutas brasileiros para avaliação da ADM é o aparelho denominado goniômetro (Def.: instrumento de medida em forma semicurcular ou circular graduada em 180º ou 360º, utilizado para construir ângulos).

A goniometria (Def.:método de avaliação para contsrução de ângulos que utiliza o goniômetro) , mesmo apresentando algumas variações entre avaliações diversas, de acordo com Coeficiente de Correlação Intraclasse (CCI=1,1) segundo, SHOURT e FLEISS, é bastante eficiente para a construção de ângulos. A medição ou construção de um ângulo articular deve levar em consideração não só o componente angular inicial e final ou mesmo os planos segundo o sistema SFTR (Sagital, Frontal, Transverso, Rotação), mas também as alterações dos componentes dinâmicos presentes na produção do movimento, ou das possíveis anomalias ( Dor, Ruídos, Rigidez, etc.) encontradas que são determinantes no que se refere a plena capacidade funcional para a realização de um movimento.

A dinâmica do movimento articular é o somatório de todos os eventos normais e anômalos presente em um movimento. Cabendo ao fisioterapeuta o estabelecimento de critérios de avaliação que leve em consideração tais eventos, para a determinação de uma conduta terapêutica adequada as necessidades e possibilidades de seu paciente.

O corpo fala sem palavras, e a capacidade de observação e sensibilidade são duas das melhores ferramentas disponíveis aos fisioterapeutas para encontrar o caminho apropriado para a elaboração de uma abordagem terapêutica eficiente e eficaz.

20 março 2009

Diabetes…Saiba mais…

Sinais e Sintomas

O desencadeamento de diabetes tipo 1 é geralmente repentino e pode incluir sintomas como:

  • Sede excessiva
  • Rápida perda de peso
  • Fome exagerada
  • Cansaço inexplicável
  • Muita vontade de urinar
  • Má cicatrização
  • Visão embaçada
  • Falta de interesse e de concentração
  • Vômitos e dores estomacais, freqüentemente diagnosticados como gripe.

Os mesmos sintomas podem também ocorrer em pessoas com diabetes tipo 2, mas geralmente são menos evidentes. Em crianças com diabetes tipo 2, podem ser moderados ou até mesmo ausentes.

No caso do diabetes tipo 1, estes sintomas surgem de forma abrupta e às vezes podem demorar a ser identificados. Já no diabetes tipo 2, esses sintomas podem ser mais moderados ou até mesmo inexistentes.

Pais e mães, professores e enfermeiras de colégio, médicos e qualquer pessoa envolvida em cuidados de crianças deve se familiarizar com os sinais de advertência e alertar à ameaça de diabetes.
Não se sabe ao certo por que as pessoas desenvolvem o diabetes tipo 1. Sabe-se que há casos em que algumas pessoas nascem com genes que as predispõem à doença, mas outras têm os mesmos genes e não têm diabetes. Outro dado é que, no geral, o diabetes tipo 1 é mais freqüente em pessoas com menos de 35 anos, mas vale lembrar que pode surgir em qualquer idade.

Importância da atividade física

A prática regular de atividade física é fundamental na adoção de hábitos de vida mais saudáveis. Além dos benefícios já conhecidos, tais como prevenção de doenças cardíacas, prevenção de osteoporose, redução do colesterol, redução da hipertensão, combate à obesidade e tantos outros, o exercício físico tem um efeito ainda mais importante: o indivíduo capaz de incorporar a atividade física aos seus hábitos de maneira definitiva, encontra uma nova fórmula de vida.

Manter-se ativo promove uma mudança radical no corpo. O organismo solicita hábitos saudáveis. Os alimentos gordurosos começam a se tornar indesejados, as refeições exageradamente calóricas são rejeitadas, a auto-estima aumenta com a melhora na estética corporal, a resistência física é aumentada e a produtividade e capacidade de trabalho são favorecidas.

Para a pessoa com diabetes, a atividade física, além dos benefícios já citados, auxilia no tratamento da doença.

Se todos estes fatores não forem suficientes para convencer alguém a praticar exercícios, existem mais duas informações importantes: melhora o desempenho sexual e aumenta a expectativa de vida!

 

Diabetes não escolhe sexo, raça nem idade. Engloba grande parcela da população mundial, independentemente do desenvolvimento econômico, nível social ou grau de escolaridade. Muitas vezes a doença pode ter causas fisiológicas e ser agravada pelo desconhecimento do problema e dos hábitos de vida que auxiliam a manter os níveis de glicose equilibrados.

  • A pobreza e a exclusão social aumentam o risco de desenvolver diabetes.

  • Países em desenvolvimento estão enfrentando o fardo duplo da desnutrição e taxas crescentes de obesidade e diabetes – causados pela rápida urbanização falta de atividade física e uma mudança de padrão alimentar.

  • Países em desenvolvimento estão enfrentando o fardo duplo da desnutrição e taxas crescentes de obesidade e diabetes – causados pela rápida urbanização falta de atividade física e uma mudança de padrão alimentar.

  • É uma das principais causas de mortes no mundo: 3,2 milhões de mortes/ano.

  • A cada 10 segundos, 1 pessoa morre em conseqüência do Diabetes.
    (Fonte IDF Diabetes Atlas 2003).

  • O diabetes tipo 2 é sub-diagnosticado 53,5% de casos desconhecidos e inadequadamente tratado: 46,5%.
    (Fonte: MiS, CNPq, SBD)

  • De acordo com a O.M.S (Organização Mundial de Saúde) em 2006 há cerca de 171 milhões de pessoas portadoras de Diabetes, e esse índice aumenta rapidamente. É estimado que esse número dobre em 2030.

  • O Diabetes é de ocorrência mundial, sendo mais comum(especialmente o tipo 2) nos países mais desenvolvidos. Um maior aumento é esperado atualmente na Ásia e na África, onde ocorrerão um grande número de diabéticos em 2030. O aumento do índice de Diabetes em países em desenvolvimento deve-se à urbanização e mudança de estilos de vida (sedentarismo).

  • Há cerca de  20 anos, o número de diabéticos na América do Norte vem aumentando consideravelmente. Em 2005 eram em torno de 20.8 milhões de pessoas com diabetes somente nos Estados Unidos. De acordo com a American Diabetes Association existem cerca de 6.2 milhões de pessoas não diagnosticadas e cerca de 41 milhões de pessoas que poderiam ser consideradas "pré"-diabéticas. Os Centros de Controles de Doenças classificaram o aumento da doença como epidêmico.

fonte: http://www.tudosobrediabetes.com.br/estatisticas.php

Mais Dados Estatísticos

O diabetes está se tornando a epidemia do século e já afeta cerca de 246 milhões de pessoas em todo o mundo. Até 2025, esse número deve chegar a 380 milhões. Mas estima-se que metade das pessoas que têm diabetes desconhece a própria condição. Pode atingir crianças de qualquer idade. Quando não detectado logo nos primeiros anos, o diabetes pode ser fatal.

Pais, familiares, médicos e professores devem conhecer os sintomas para possibilitar o tratamento imediatamente e evitar as complicações da doença. A incidência dos principais tipos de diabetes está aumentando entre crianças e adolescentes: o tipo 1 (que necessita do uso de insulina) e o tipo 2 (controlada principalmente por medicamentos, dietas e exercícios).

Veja dados estatísticos da IDF (International Diabetes Federation):

  • Cerca de 500 mil crianças com menos de 15 anos têm diabetes tipo 1.
  • A cada dia, 200 crianças desenvolvem o diabetes tipo 1. A cada ano, são mais de 70 mil novos casos.
  • Quase quatro milhões de pessoas morrem no mundo, todos os anos, por complicações causadas pelo diabetes.
  • A incidência do diabetes tipo 1 em crianças aumenta 3% ao ano. Ela está crescendo rapidamente em idade pré-escolar, até 5% por ano.
  • Finlândia, Suécia, Noruega, Reino Unido e Canadá lideram as estatísticas em incidência de diabetes tipo 1 em crianças.
  • Mais da metade das crianças com diabetes desenvolve complicações dentro de um período de 15 anos.
  • Em países em vias de desenvolvimento, muitas crianças morrem por não terem acesso à insulina. Ás vezes nem existem aparelhos disponíveis para monitorar as taxas glicêmicas.
  • Estima-se que metade das pessoas com diabetes desconheça a própria condição. Em países em desenvolvimento, essa estimativa chega a 80%.
  • O diabetes tipo 2 nos jovens corresponde a 2-3% de todos os tipos de diabetes.
  • Estudos mostram que exercícios físicos e dieta equilibrada previnem 80% dos casos de diabetes tipo 2.
  • Pessoas com diabetes tipo 2 têm o dobro de chances de sofrer um ataque cardíaco.
  • Até 2025, o maior aumento na incidência do diabetes está previsto para os países em desenvolvimento.

Dados Recentes Sobre a Diabetes no Brasil

A prevalência do diabetes foi avaliada, no período de 1986 e 1988, em nove capitais brasileiras (Porto Alegre, São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Salvador, Recife, João Pessoa, Fortaleza e Belém), através de medidas diretas de glicemias realizadas em domicílios sorteados ao acaso, dentro das mais rígidas normas da metodologia estatística. A prevalência, detectada na faixa etária de 30 a 69 anos, foi de 7,6% para o diabetes e outros 7,8% para a tolerância diminuída à glicose, hoje conhecida como “pré-diabetes”. O estudo foi publicado no Diabetes Care, por Domingos Malerbi e Laércio Franco, em nome do Comitê Assessor do projeto[1].
Mais tarde, no período de setembro de 1996 e novembro de 1997, ou seja, cerca de 10 anos após o Censo Brasileiro de Diabetes, uma equipe de pesquisadores de Ribeirão Preto conduziu um novo estudo sobre prevalência de diabetes e de tolerância diminuída à glicose na população daquele município, utilizando exatamente a mesma metodologia do Censo Brasileiro de Diabetes, o que permite comparações válidas entre ambos os estudos. Os dados de Ribeirão Preto mostraram uma prevalência de 12,1% de diabetes e de 7,7% de tolerância diminuída à glicose na faixa etária de 30 a 69 anos, ou seja, um aumento de 59% na prevalência de diabetes e a manutenção de prevalência equivalente de tolerância diminuída à glicose, quando esses dados são comparados com os resultados do Censo Brasileiro de Diabetes[2].
A pergunta de 1 bilhão de dólares, no momento, é a seguinte: qual a verdadeira dimensão do número de portadores de diabetes no Brasil? As autoridades de saúde trabalham com estimativas bastante conservadoras, estimando essa população em 5 milhões de pessoas, incluindo os diagnosticados e os não diagnosticados. Ressalte-se que, em qualquer estimativa de prevalência, sempre haverá uma subpopulação de não diagnosticados, cujo percentual oscila entre 40% e 60% ou até mais da população avaliada.
Para a população de 30 a 69 anos, que inclui hoje cerca de 38% da população brasileira, o Censo Brasileiro de Diabetes mostrou uma prevalência de 7,6%, enquanto que o estudo de Ribeirão Preto mostrou uma prevalência de 12,1%. Afinal de contas, onde estaria a cifra verdadeira?
Estudos conduzidos pelo Centers for Disease Control and Prevention mostraram que, no período entre 1990 e 2005, a prevalência total de diabetes aumentou dramaticamente na velocidade de 4,6% ao ano, como mostra a figura 1[3]. Aplicando-se essa taxa de crescimento na prevalência aos dados do Censo Brasileiro de Diabetes de 1986-88, chegaríamos, hoje, a uma prevalência estimada de 14,92% para a faixa etária de 30 a 69 anos, o que equivaleria a um aumento de nada menos que 96.3%. Um estudo avaliou o aumento da prevalência do diabetes na Austrália, em pessoas com mais de 15 anos, tendo mostrado que, entre 1991 e 2003, houve um aumento de 91% nessa prevalência[4].

 

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Figura 1 – O aumento significativo de 120% na prevalência de casos diagnosticados de diabetes no período de 1980 a 2005. Ressalte-se o significativo aumento na velocidade de crescimento dessa prevalência a partir de 1990, intensificando-se a partir de 1995.

Em estudo publicado no Diabetes Care, em 2004, Sarah Wild e colaboradores consideraram o estudo brasileiro de prevalência do diabetes como padrão de referência para as estimativas de prevalência da doença nos seguintes países: Argentina, Chile, Cuba, México, Uruguai e Venezuela. Esse fato demonstra não apenas o extremo rigor técnico e metodológico do Censo Brasileiro de Diabetes, mas também ressalta o fato de que estudos de prevalência realizados nesses países não seguiram as melhores práticas metodológicas para merecerem credibilidade em relação aos seus resultados.
Não sabemos em que bases, mas o estudo de Sarah Wild afirma que, no ano 2000, a população total de portadores de diabetes no Brasil foi estimada em 4,6 milhões de pessoas, ocupando o oitavo lugar entre os países de maior prevalência de diabetes no mundo. Para 2030, a previsão é de que o Brasil atinja uma população de 11,3 milhões de pessoas, subindo para o sexto lugar nessa lista[5].
Frente a todas essas evidências de dados de estudos clínicos e de estimativas de prevalência, não resta dúvida de que a estimativa oficial da população de 5 milhões de pessoas com diabetes no Brasil, incluindo diagnosticados e não diagnosticados, certamente não reflete nossa realidade. Na falta de dados mais precisos e mais recentes da prevalência de diabetes no Brasil, consideramos que a cifra de 12% apontada pelo estudo de Ribeirão Preto para a faixa etária de 30 a 69 anos seja, provavelmente, a que melhor reflete nossa situação atual.
Como Estimar o Número de Pessoas com Diabetes no Brasil
A matriz de cálculo, apresentada na figura 2, mostra como fazer a estimativa da população total de pessoas com diabetes no Brasil, nos estados ou nos municípios, bastando apenas conhecer o tamanho da população nacional, estadual ou municipal. Essa matriz de cálculo considera a distribuição da população total em 3 faixas etária distintas: abaixo de 30 anos (58%), entre 30 e 69 anos (38%) e acima de 69 anos (4%) e as respectivas prevalências nessas 3 faixas etárias, ou seja, prevalência de 0,1% na faixa etária abaixo de 30 anos, de 12%  na faixa etária de 30 a 69 anos (cifra correspondente ao estudo de Ribeirão Preto) e de 20% na faixa etária acima de 69 anos. Para o cálculo das populações estimadas de pessoas com diabetes em estados ou municípios, basta colocar na matriz a população estadual ou municipal e aplicar os índices mencionados na figura 2.
Resumo e Conclusões
O conhecimento do número de portadores de diabetes de uma determinada população é de fundamental importância para a quantificação do problema e para o planejamento das ações de saúde e dos investimentos necessários para enfrentar a doença. Infelizmente, em função da não disponibilidade de dados atualizados e confiáveis de estudos epidemiológicos com metodologia adequada, resta-nos apelar para estimativas, com base no conjunto de dados derivados de estudos nacionais e internacionais sobre o assunto. Exatamente por se tratar de estimativas, o profissional de saúde deve utilizar seu melhor julgamento para avaliar a questão. O que deve ser evitado a todo custo é a utilização de estimativas pouco ou nada fundamentadas em fontes confiáveis das avaliações epidemiológicas disponíveis. Afinal de contas, esta também é apenas uma estimativa e, como tal, sujeita a críticas.

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Figura 2 – Matriz de cálculo para estimativa da população nacional, estadual ou municipal, tomando-se como exemplo a população total brasileira de 184 milhões de habitantes, segundo dados do IBGE referentes a dezembro de 2007.

fonte:http://www.diabetes.org.br/Colunistas/Debates/index.php?id=1699

Referências Bibliográficas

  1. Malerbi D.A. e Franco L.J., em nome do Comitê Assessor para o Estudo da Prevalência de Diabetes no Brasil. Multicenter Study of the Prevalence of Diabetes Mellitus and Impaired Glucose Tolerance in the Urban Brazilian Population Aged 30-69 Yr. Diabetes Care 15(11):1509-1516, 1992.
  2. Torquato M.T.C.G. et al. Prevalence of Diabetes Mellitus and Impaired Glucose Tolerance in the Urban Population Aged 30-69 Years in Ribeirão Preto (São Paulo), Brazil. Sao Paulo Med. J. 121(6), 2003.
  3. Centers for Disease Control and Prevention, National Center for Health Statistics. Crude and age-adjusted prevalence of diagnosed diabetes per 100 population, United States. Disponível em: http://www.cdc.gov/diabetes/statistics/prev/national/figage.htm. Acesso em: 09 de setembro de 2008.
  4. Chittleborougha C.R., Grantb J.F., Phillipsc P.J. and Taylorb A.W. The increasing prevalence of diabetes in South Australia: The relationship with population ageing and obesity. Public Health 121(2):92-99, 2007. Disponível em:http://www.sciencedirect.com/science?_ob=ArticleURL&_udi=B73H6-4MJJC8S-5&_user=10&_rdoc=1&_fmt=&_orig=search&_sort=d&view=c&_acct=C000050221&_version=1&_urlVersion=0&_userid=10&md5=243c029aa4bec1b5c765921da85d2a2a. Acesso em: 09 de setembro de 2008.
  5. Wild S. et al. Global prevalence of diabetes. Diabetes Care 27:1047-1053, 2004 Disponível em:http://www.who.int/diabetes/facts/en/diabcare0504.pdf. Acesso em: 09 de setembro de 2008.

19 março 2009

Expectativa de vida sobe para 72,57 anos no país

IBGE mostra que aumento foi de 3 meses e 14 dias entre 2006 e 2007

O brasileiro ganhou três meses e 14 dias em sua expectativa de vida entre 2006 e o ano passado. É o que mostra a Tábua de Mortalidade da População Brasileira 2007, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Os brasileiros que nasceram em 2007 tinham, em média, 72,57 anos pela frente. Em 2006, essa estimativa era de 72,28 anos.

A comparação com os dados de 1991 (os mais antigos disponíveis nesse caso) permite notar que, em 16 anos, os brasileiros ganharam, em média, 5 anos e meio a mais de vida. No início da década de 1990, o brasileiro vivia 67 anos em média.

A Tábua é divulgada desde 1999 no primeiro dia de dezembro por determinação de uma lei federal. Isso porque a esperança de vida apurada pelo instituto é utilizada pelo Ministério da Previdência Social para o cálculo do fator previdenciário das aposentadorias do Instituto Nacional de Segurança Social (INSS), submetidas ao Regime Geral da Previdência Social. Trata-se de um multiplicador que vai definir o valor da pensão de acordo com a expectativa de vida do beneficiado que se aposenta por tempo de serviço. Não é aplicado para fundos de pensão privados.

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            Fonte: Disponível em www.fleury.com.br/.../Pages/6Longevidade.aspx> acessado em 19 Mar 2009.

Existe uma preocupação com o processo de envelhecimento da população, que viverá em média mais de 80 anos até 2050, segundo projetado pelo IBGE na semana passada.

Expectativa de vida mundial.

As regiões mais pobres do País foram as que mais avançaram na esperança de vida, mas ainda estão abaixo da média nacional. Apesar de ter avançado 6,88 anos entre 1991 e 2007, a Região Nordeste ainda tem índice abaixo de 70 anos, o menor do País. Alagoas e Maranhão continuam na lanterninha na comparação entre Estados - 66,77 e 67,64. Já a Bahia apresenta índices próximos do Centro-Sul, com duração média de vida de 72 anos. O Distrito Federal continua na liderança da longevidade, com 75,34 anos. São Paulo é o quinto do ranking, perdendo a quarta posição para Minas Gerais. Enquanto os paulistas ganharam 4,71 anos entre 1991 e 2007, atingindo 74,23 anos de vida média, os mineiros avançaram mais, atingindo 74,62 anos, diferença de 5,65 anos.

A vida média dos homens teve um ganho ligeiramente maior do que o das mulheres nos últimos anos, mas eles continuam vivendo menos. Enquanto as mulheres viviam mais de 76,44 anos em 2007, os homens não tinham conseguido ainda passar de 70: a expectativa de vida masculina no ano passado foi de 68,82 anos.

A explicação está na sobremortalidade dos homens em relação às mulheres, que está aumentando entre os jovens. A chance de um homem na faixa de 20 a 24 anos morrer era quatro vezes maior do que a de uma mulher na mesma idade em 2007. Essa relação aumentou quase 26% na comparação com 1991. Em São Paulo, a sobremortalidade masculina entre jovens é ainda maior: quase 6 vezes. Essa relação aumentou 32,86% entre 1991 e 2007 em São Paulo, que ultrapassou o Rio (5,15) nesse quesito.

Segundo o gerente de Estudos e Análises da Dinâmica Demográfica do IBGE, Juarez de Castro Oliveira, se fossem eliminados os altos índices de morte por causas externas (violência urbana, acidentes de trânsito, acidentes de trabalho, afogamentos, etc.) entre os homens jovens, o brasileiro poderia ter mais 2 ou 3 anos de vida.

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Fonte: Jornal da Ciência. Publicado em 02/12/2008. Acesso em 05/02/2009.

http://www.jornaldaciencia.org.br/Detalhe.jsp?id=60288

AVC.. saiba mais!

A morte do estilista e deputado federal, Clodovil Hernandes, reabriu a discussão sobre os riscos do AVC (Acidente Vascular Cerebral), popularmente conhecido como derrame cerebral. O assunto virou notícia e foco de debates em vários grupos sociais.


Quem já foi vítima da doença intensifica os cuidados para evitar uma repetição. Aqueles que se enquadram nos grupos de risco tentam encontrar alternativas para diminuir as chances de ocorrência. Outros buscam informações para se prevenir e evitar problemas futuros.
O AVC é uma das maiores causas de internação e morte no Brasil. De acordo com o SUS (Sistema Único de Saúde), em 2008, 151.200 pessoas foram internadas para tratar da doença. Há dois tipos de AVC, o isquêmico e o hemorrágico, o tipo mais grave da doença.
Ela explica que o AVC Isquêmico, ou infarto cerebral, é o mais comum e corresponde a 80% dos casos. Ele ocorre quando há bloqueio do vaso que irriga o cérebro devido a uma trombose (formação de placas numa artéria principal do cérebro) ou embolia (trombo ou placa de gordura de outra parte do corpo que se solta e chega aos vasos cerebrais).
Já o AVC Hemorrágico é o tipo mais grave da doença e tem alto índice de mortalidade, em torno de 80%. O AVC-H ocorre quando há ruptura dos vasos sanguíneos dentro ou ao redor do cérebro. Clodovil foi vítima desse tipo de AVC.
As principais causas do AVC são arteriosclerose (que pode provocar a obstrução de uma artéria), embolias (coágulos sanguíneos que se desprendem de alguma artéria ou do coração), inflamação ou infecção das artérias, hemorragias e malformações (aneurismas, fístulas, etc).
Há uma série da fatores que podem contribuir para a ocorrência da doença. Entre eles: hipertensão arterial (pressão alta), doença cardíaca, colesterol alto, fumo, alcoolismo, diabetes, obesidade, uso de pílulas anticoncepcionais sem recomendação médica, sedentarismo, uso de drogas ilícitas, infecções, idade (quanto maior a idade, maior o risco) e hereditariedade (história familiar de AVC).
Podemos observar que alguns dos sintomas são comuns aos dois tipos de AVC:

  • Dor de cabeça muito forte, de instalação súbita, sobretudo se acompanhada por vômitos;
  • Fraqueza ou dormência na face, nos braços ou nas pernas, geralmente afetando um dos lados do corpo;
  • Paralisia (dificuldade ou incapacidade de movimentação);
  • Perda súbita da fala ou dificuldade para se comunicar e compreender o que se diz;
  • Perda da visão ou dificuldade para enxergar com um ou ambos os olhos.


O AVC isquêmico pode ser acompanhado ainda de tontura e perda de equilíbrio ou coordenação. Ao AVC hemorrágico podem também se associar náuseas, vômitos, convulsões, confusão mental e perda de consciência.
A prevenção é fundamental e reduz significativamente o risco e a incidência da doença e tem como principal alvo a detecção e o combate eficaz dos fatores de risco.

A identificação rápida e o imeditado socorro em face a um possível quadrro de AVC/AVE em desenvolvimento, pode ser determinante em relação a gravidade e a extensão das lesões causadas assim como a redução do risco de morte associado. A capacidade de identificar os sinais e sintomas de um AVC certamente pode salvar uma vida. Tenha em mente que quanto mais rápido for o acesso ao atendimento maiores são as chances de reversão do quadro e menores os risco de morte e lesões do sistema nervoso central.

A informação ainda é a melhor forma de prevenção…

18 março 2009

Osteoporose - Quais são os tipos de osteoporose?

 

A osteoporose pode ser classificada quanto à faixa etária dos afetados em adulta e pediátrica.

A forma adulta pode ser classificada em primária (idiopática) ou secundária e, raramente causa diminuição significativa da expectativa da vida..

A forma primária é classificada em tipo I e tipo II. A tipo I, também conhecida por tipo pós-menopausa, apresenta rápida perda óssea e ocorre em mulheres recentemente menopausadas. Atinge, predominantemente, o osso trabecular e é associada a fraturas das vértebras e do rádio distal. A tipo II, ou senil, é relacionada ao envelhecimento e aparece por deficiência crônica de cálcio, aumento da atividade do paratormônio, diminuição da função das adrenais, hipertireoidismo secundário e diminuição da formação óssea. Ocorre perda proporcional dos ossos cortical e trabecular, em contraste com a perda desproporcional do osso trabecular na osteoporose tipo I. A osteoporose do tipo II está associado a fraturas de quadril, colo dos fêmures, tíbia e pelves em mulheres idosas e homens acima de 65 anos (Favus et al., 1993).Saúde em Movimento.com.br

A osteoporose secundária é decorrente de processos inflamatórios, como a artrite reumatóide; alterações endócrinas, como o hipertireoidismo e desordens adrenais; mieloma múltiplo; por falta de exercício físico; por uso de álcool e/ou medicamentos contendo heparina, vitamina A e corticóides. Os corticóides inibem a reabsorção intestinal do cálcio e aumentam sua eliminação urinária, diminuem a formação osteoblástica e aumentam a reabsorção osteoclástica.

A forma adulta é herdada com um "caráter autossômico dominante", o que quer dizer que pode ser passada de geração para geração e os filhos podem herdar a doença, mesmo que apenas um dos pais seja afetado. Existe 50% de chance que os filhos de pessoas com osteoporose adulta venham a desenvolver a doença no futuro. Muitos casos, entretanto, ocorrem sem histórico familiar. É possível que, nesses casos, tenha havido uma mutação genética nova ou instantânea. Atinge cerca de 20.000 pessoas no mundo, sendo 1.250 só nos E.U.A. (www.osteo.org).

Pacientes com a forma adulta de osteoporose podem ter uma vida normal. As maiores complicações são as fraturas e a compressão dos nervos cranianos ou os nervos que pertencem à cabeça. Essas complicações podem causar cegueira, definhamento e paralisia dos nervos faciais (www.osteo.org). A tabela abaixo destaca algumas diferenças entre os tipos de osteoporose involutivas, segundo Costa (1998):

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A osteoporose pode também ser considerada uma doença pediátrica que se manifesta na terceira idade. Os maiores aumentos da massa óssea ocorrem nos dois primeiros anos de vida e na adolescência. A osteoporose, e atrasos ou defeitos na formação óssea podem ocorrer na infância e adolescência, o que torna importante a prevenção da doença também nessa faixa etária. O exame da Densitometria óssea é indicado para algumas patologias que atingem crianças e adolescentes. Saúde em Movimento.com.br

Podem-se destacar algumas formas de osteoporose pediátrica:

· Forma Infantil Maligna (FIM), que é muito severa e é herdada pelos filhos quando ambos os pais possuem um gene anormal. É visível ao nascimento e freqüentemente culmina com morte. Ao contrário do nome, a doença não está relacionada ao câncer.

· Forma Intermediária (FI), encontrada em crianças menores de 10 anos, é menos severa que a FIM, porém, mais severa que a forma adulta; geralmente, não diminui a expectativa de vida.

A osteoporose pediátrica do tipo FIM é herdada como um "caráter autossômico recessivo", o que significa que ambos os progenitores têm um gene anormal, que é passado para o filho. Porém, como esse gene é recessivo, os próprios progenitores são normais, não apresentando, ipso facto, os sintomas da doença. Se os pais têm um filho com osteoporose severa, existe uma chance em quatro de, na gravidez subseqüente, o filho ser afetado. Este tipo de osteoporose oscila entre 1 em cada 100.000 e 1 em cada 500.000 nascimentos, ou seja, apenas 8 a 40 crianças com a forma severa de osteoporose nascem por ano nos Estados Unidos. Estas crianças apresentam anemia e, freqüentemente, falência completa da medula; infecções freqüentes, próprias da redução e inativação das células brancas do sangue; não erupção ou erupção inadequada dos dentes; pressão intracraniana aumentada; atraso no desenvolvimento psicomotor, inclusive nos atos de sentar, andar e falar; cegueira; definhamento e outros problemas que atingem os nervos intracranianos (www.osteo.org).

A osteoporose pediátrica do tipo FI pode ser herdada, tanto como "caráter autossômico recessivo" quanto como "caráter autossômico dominante". A maior parte dos casos ocorre esporadicamente, com herança paterna desconhecida. Ocorrem: fraturas, porque o osso, embora denso, encontra-se também fraco; infecções freqüentes, próprias dos problemas com a medula óssea, o que prejudica a produção de células brancas; cegueira; definhamento e convulsões, pois o crescimento exagerado dos ossos pode danificar os nervos e vasos sangüíneos (www.osteo.org).

Menos de 30% das crianças com osteoporose pediátrica do tipo FIM sobrevive até os 10 anos de idade, a não ser que sejam tratados com uma combinação medicamentosa de interferon gama e calcitriol. Apenas 10% das crianças que têm cegueira e anemia antes dos seis meses de idade sobrevivem além de um ano, salvo mediante tratamento bem sucedido(www.osteo.org).

17 março 2009

ATIVIDADE FÍSICA E LONGEVIDADE

Segundo resultados de avaliações científicas a participação em um programa de exercício leva à redução de 25% nos casos de doenças cardiovasculares, 10% nos casos de acidente vascular cerebral, doença respiratória crônica e distúrbios mentais. Talvez o mais importante seja o fato que reduz de 30% para 10% o número de indivíduos incapazes de cuidar de si mesmos, além de desempenhar papel fundamental para facilitar a adaptação a aposentadoria.” 

 

Um dos aspectos mais fascinantes que tem sido motivo de várias pesquisas é a relação entre o exercício e a longevidade. Os estudos têm demonstrado que os indivíduos fisicamente ativos apresentam menor deterioração da aptidão física. Paffenbarger acompanhou aproximadamente 14.000 ex-alunos de Harvard, por 22 anos, e observou que os indivíduos que pararam de praticar esportes tiveram 35% de incremento no risco de morte sobre aqueles que continuaram sedentários. Porém aqueles que começaram a praticar esportes experimentaram índice 21% menor de morte que aqueles habitualmente sedentários. Aqueles que se tornaram mais ativos experimentaram um índice 28% menor de morte e os que sempre se mantiveram ativos, um índice 37% menor que os que nunca fizeram exercícios vigorosos. Com a mesma amostra dividida em três grupos de acordo com a energia gasta em atividades como caminhar, subir escadas e praticar esportes, o autor achou um incremento na expectativa de vida maior nos indivíduos que eram mais jovens quando entraram no estudo e nos mais ativos (2.000 cal/sem) quando comparados aos menos ativos (500 kcal/sem) e moderadamente ativos (501-1.999 kcal/sem). 0 aumento na expectativa de vida quando os mais ativos foram comparados aos pouco ativos foi em média de 2,51 anos para indivíduos de 35-39 anos de idade no início do estudo e de 0,42 anos nos indivíduos de 75-79 anos. Um dado também interessante foi o fato de que a porcentagem de indivíduos maiores de 80 anos foi maior entre indivíduos mais ativos (69,7%) do que nos menos ativos (59,8%). Evidências epidemiológicas mais recentes16 com 5.567 homens de 40 a 59 anos de idade sustentam que o hábito de realizar atividades físicas leves ou moderadas reduz a taxa de mortalidade total e a de mortalidade por causa cardiovascular em homens de idade avançada.

Fonte:Texto transcrito do artigo -  VIDA ATIVA PARA O NOVO MILÊNIO - do Dr. VICTOR MATSUDO - Revista Oxidologia set/out: 18-24, 1999 - Centro de Estudos do Laboratório de Aptidão Física de São Caetano do Sul - Programa Agita São Paulo.

20 dezembro 2008

DOENÇA DE LEGG-CALVÉ-PERTHES

INFORMAÇÕES SOBRE AS CAUSAS DA DOENÇA E SEU TRATAMENTO

CARACTERIZAÇÃO CLÁSSICA DA DOENÇA DE LEGG-CALVÉ-PERTHES

A doença de Legg-Calvé-Perthes (DLCP), foi descrita como entidade nosológica individualizada há cerca de 80 anos, sucessivamente na América do Norte por Arthur Legg (LEGG,1909), na França por Jacques Calvé (CALVÉ, 1910) e na Alemanha por Georg Perthes (PERTHES, 1910).

Até essa altura, vários outros autores tinham descrito o quadro da doença como uma forma benigna de infecção coxo-femoral (BACKER, 1883), ou tuberculose articular (WALDENSTROM, 1909), como consequência de um "esmagamento" da epífise devido à sua vulnerabilidade (WRIGHT, 1883), como uma distrofia secundária a uma luxação congénita da anca (MAYDL, 1897) ou como uma necrose de origem vascular por micro-embolia de causa desconhecida (AXHAUSEN, 1909).

Após as comunicações de Legg, Calvé e Perthes, a doença foi perdendo progressivamente a sua aura de mistério, nomeadamente com os trabalhos anatómicos de Zemansky (ZEMANSKY, 1928) e radiográficos de Waldenstrom (WALDENSTROM, 1923), que a caracterizaram como uma necrose de origem vascular e descreveram as suas fases evolutivas de condensação, fragmentação e reconstrução, embora alguns autores continuassem a pôr em dúvida a autonomia das lesões descritas (CALOT, 1926).

Desde cedo que se começam a identificar na literatura medidas terapêuticas específicas para a DLCP.

Schwartz (SCWARTZ, 1914) preconiza a imobilização gessada.

Primeiro Waldenstrom (WALDENSTROM,1923) e mais tarde Danforth (DANFORTH, 1934), reconhecem a importância da descarga em decúbito para minorar as sequelas da doença, nomeadamente quando complementado com a aplicação de tracção e posicionamento em abdução (EYRE-BROOK,1936).

Na tentativa de diminuir o tempo de descarga em decúbito, que geralmente se prolongava por mais de 1 ano, vários autores surgerem numerosos tipos de ortóteses de marcha (SNYDER, 1947; KOHLER, 1982).

As primeiras tentativas de tratamento cirúrgico surgiram cerca de 1930, baseando-se na ideia de que a perfuração do osso necrótico poderia originar uma estimulação da vascularização, levando a um processo de reconstrução mais rápido.

Com essa finalidade, Bozsan (BOZSAN,1932) propõe a execussão de prefurações por via trocantérica e Fergusson e Howorth (FERGUSON,1934) preconizam o mesmo método por abordagem directa da face anterior do colo, referindo terem obtido um encurtamento de 1/3 na evolução da doença e melhores resultados finais, nomeadamente quando a intervenção era efectuada precocemente.

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Outros autores preconizam a curetagem e encherto do colo (DE CAMARGO,1957) ou mesmo da epífise (BERTRAND,1954) com alguns resultados descritos como prometedores.

No entanto, este tipo de intervenções acabou por cair no esquecimento com a introdução, a partir dos anos 50, das técnicas de recentragem cirúrgica por osteotomia subtrocantérica, aconselhadas por Soeur (SOEUR,1952), Craig (CRAIG,1963) e Axer (AXER,1965), que embora mais agressivas, se mostraram mais eficazes no tratamento da doença.

A partir de 1970, a publicação por vários autores de grandes séries de tratamentos homogéneos e a confrontação de resultados a longo termo, nomeadamente por Mose (MOSE,1977), Meyer (MEYER,1977), Lauritzen (LAURITZEN,1975), Loyd-Roberts, Catterall e Salomon, (LOYD-ROBERTS, 1976) veio permitir a individualização das indicações das diversas formas de tratamento conservador e cirúrgico.

TENDÊNCIAS ACTUAIS

É ainda hoje aceite a constatação que Phemister fez em 1921 (PHEMISTER,1921): o acontecimento inicial que desencadeia a DLCP, é uma necrose por isquémia, de causa ainda não perfeitamente esclarecida, atingindo o núcleo epifisário, a cartilagem de crescimento cervico-cefálica e a zona proximal da metáfise cervical.

Na verdade, esta região da estrutura osteoarticular apresenta, durante o período de crescimento, nomeadamente entre os 3 e os 11 anos de idade, uma circulação muito precária, à custa de artérias e veias cervicais com percurso intra-articular e distribuição de tipo terminal (CHUNG,1976). Este facto, facilitaria o seu colapso em caso de derrame intra-articular, inflamatório ou traumático e posições viciosas da articulação (VEGTER, 1987).

Pensa-se no entanto, que as crianças atingidas pela doença, têm uma predisposição que facilita este tipo de necrose, podendo estar em causa factores genéticos ou metabólicos que proventura condicionam também a existência de uma menor estatura (WYNNE-DAVIES,1978), um atrazo da idade óssea (HARRISON,1976; KRISTMUNDSDOTTIR, 1986) e lesões bilaterais (HARRISON,1980; ARIE,1986).

Nos últimos anos, vários autores têm vindo a documentar a existência de sinais histológicos de necrose óssea e reparação, repetidos ao longo do tempo (McKIBBIN,1974), o que indicia a possibilidade de isquémias repetidas na etiologia da DLCP.

Assim, segundo os conceitos actuais (SALTER,1984), após um período inicial silencioso em que se produzem isquémias repetidas com necrose óssea que envolvem uma parte variável da epífise e metáfise femoral, surge uma diminuição da resistência mecânica da estrutura cefálica aos microtraumatismos da marcha e carga, com a formação de uma fractura patológica subcondral.

É a partir desta fractura patológica, que se inicia a DLCP e se desenvolve a sequência de fases que a caracterizam: Colapso com formação de um verdadeiro sequestro ósseo (condensação), reabsorção do sequestro e sua substituição por tecido de granulação (fragmentação) e reossificação da matriz fibrocartilagínea que entretanto ocupou o tecido de granulação inicial (reconstrução).

Durante a fase de fragmentação, devido à reabsorção óssea e à proliferação do tecido de granulação, pode surgir uma deformação acentuada por extrusão da zona antero-externa da cabeça femoral "amolecida" para fora do acetábulo, aspecto que foi identificado radiologicamente por Loyd-Roberts e Catterall (LOYD-ROBERTS,1976) como sinal de "cabeça em risco".

Mais recentemente tem-se dado importância como factor de melhor prognóstico, à manutenção de mais de 50% da altura do 1/3 externo da epífise femoral, a chamada "coluna externa" por Herring (HERRING,1992,1993).

Além dos sinais de" cabeça em risco", é actualmente do conhecimento geral que vários outros factores condicionam um mau prognóstico, nomeadamente, o sexo feminino, a idade da criança no início da doença e a extensão da lesão (CATTERALL,1971).

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Actualmente, os objectivos do tratamento da DLCP são (SALTER, 1984; KOLHER, 1982; RENSHAW, 1986): prevenir a subluxação e preservar quanto possível a esfericidade da cabeça femoral, de modo a prevenir a artrose secundária; evitar a dismetria e o Trendlemburg residual, para permitir uma marcha normal.

Nas crianças até aos 5 anos de idade com menos de 50% de envolvimento do núcleo epifisário e principalmente com preservação da altura da coluna externa da epífise femoral, a maioria dos autores está de acordo na abstenção terapêutica e vigilância radiológica periódica, após um período inicial de alguns dias de descarga no leito em abdução-flexão com tracção, até desaparecimento das queixas dolorosas e defesa muscular.

Nos casos em que o envolvimento do núcleo é superior a 50% è prudente a utilização de uma ortótese de marcha em abdução-flexão, de modo a se conseguir uma melhor contenção cefálica dentro do acetábulo e a diminuir a actividade da criança.

O aparecimento de sinais de "cabeça em risco", nomeadamente quando existe colapso da coluna externa da epífise femoral, estabelecem a indicação para uma osteotomia de recentragem ao nível femoral ou ilíaco, ou uma ampliação acetabular antero-externa, consoante o tipo de lesão e a idade do doente.

Na criança mais idosa, em virtude do menor potencial de remodelação ósseo, nos casos com menos de 50% de envolvimento do núcleo epifisário e manutenção da altura da coluna externa, poderão iniciar marcha com tutor de abdução-flexão, mas naqueles com mais de 50% de envolvimento, nomeadamente quando existem sinais de "cabeça em risco ou colapso da coluna externa da epífise femoral, situação muito frequente neste grupo etário, têm indicação para se proceder a uma ampliação acetabular antero-externa.

FUNDAMENTAÇÃO DO NOSSO PROTOCOLO DE TRATAMENTO

Desde 1984 que nos temos vindo a interessar pela doença de Legg-Calvé-Perthes, tendo desenvolvido vários trabalhos experimentais e clínicos que foram tema de comunicações em congressos nacionais e internacionais e publicação em revista da especialidade (CRAVEIRO LOPES, 1985, 1986, 1987, 1987, 1988, 1989, 1993, 1994, 1994, 1997).

A nossa experiência com os protocolos clássicos de tratamento da DLCP em mais de duas centena de doentes, deixou-nos alguma frustração pelo número de sequelas residuais, nomeadamente nos casos em que a doença tem o seu início numa idade tardia.

O indício, num dos trabalhos efectuados (CRAVEIRO LOPES, 1986), da existência de anteversão femoral exagerada nos doentes com DLCP, referida na literatura também por outros autores (DUNLAP,1953; SHANDS,1958; CRAIG,1963; KATZ,1968; AXER,1972; UPADHYAY,1986) e a constatação nestas crianças, de uma posição preferencial de repouso nocturno, viciosa em decubito ventral com extensão e rotação interna forçada dos membros inferiores, capaz de provocar um aumento da pressão articular com colapso das artérias cervicais, facto confirmado mais tarde por outros autores (VEGTER,1987), permitiu a formulação de uma hipótese etiopatogénica que completa as actuais linhas de pensamento.

Simultaneamente, têm vindo a lume trabalho de numerosos autores que consubstânciam a hipótese da existência de episódios isquémicos transitórios mas sintomáticos, sem evolução para doença de Legg-Calvé-Perthes activa, que os autores denominaram "forma abortiva de doença de Perthes" (KATZ, 1965, 1968; EMR, 1968; HARRISON, 1980; MIZUNO 1966; CALVER, 1981; SHARWOOD, 1981; CARTY, 1984; WINGSTRAND, 1986; GORDON, 1987; ROYLE, 1992), o que indicia a existência de uma possível entidade patológica independente, que em determinadas circunstâncias poderia evoluir para a doença de Legg-Calvé-Perthes

A confirmar-se esta hipótese, estaria aberto o caminho para a possibilidade de identificar um grupo de risco e desenvolver medidas preventivas adequadas.

Baseados nestes pressupostos iniciámos em Abril de 1988 um projecto de investigação experimental faseado, com a intenção de:

1) Aferir um modelo experimental fidedigno para o estudo da DLCP.

2) Estudar os efeitos do posicionamento em rotação interna dos membros inferiores sobre o núcleo epifisário e definir a sequência de acontecimentos que leva ao aparecimento da DLCP, de modo a estabelecer critérios de risco.

3) Estudar os efeitos de um método que, utilizado precocemente, possa prevenir ou abortar a evolução para a DLCP.

Em paralelo, desenvolvemos intensa actividade de investigação clínica com o intuito de:

1) Definir os valores normais para as crianças Portuguesas de vários parâmetros importantes para a avaliação radiográfica da anca.

2) Com base nesses valores normais, avaliar o comportamento das ancas assintomáticas contralaterais, das ancas com lesão mínima e daquelas com lesões graves, tentando comprovar a existência de uma fase pré-clínica da DLCP.

3) Também com base nos valores normais, avaliar o efeito da túnelisação transfisária cervico-cefálica em casos de DLCP em evolução.

4) Finalmente, aplicar num grupo restrito de doentes rigorosamente seleccionados por critérios de alto risco de desenvolvimento da DLCP, um protocolo de prevenção da DLCP, controlando a sua evolução com métodos objectivos baseados nos valores normais acima referidos e outros exames imagiológicos mais sensiveis e expecíficos como a ecografia, gamagrafia e ressonância magnética núclear .

O EFEITO DA TUNELIZAÇÃO TRANSFISÁRIA CERVICO-CEFÁLICA DO FÉMUR EM CRIANÇAS COM DOENÇA DE LEGG-CALVÉ-PERTHES EM EVOLUÇÃO.

Acompanhando as ideias de Hungerford (HUNGERFORD, 1979) e Ficat (FICAT, 1985) sobre o tratamento precoce da necrose idiopática da cabeça femoral no adulto e, minimamente assegurados da sua inocuidade para o normal desenvolvimento da cartilagem fisária, pelos trabalhos experimentais de Campbell (CAMBELL, 1959) em cachorros e dos nossos próprios trabalhos experimentais, temos desde há muito tempo utilizado no tratamento da DLCP, a tunelização cervico-cefálica com trefina, atravessando a cartilagem fisária de crescimento até penetrar bem dentro da zona epifisária necro sada, com a intenção de melhorar as condições de irrigação arterial e drenagem venosa, acele rando o processo de substituição do tecido ósseo necrosado pelos cones de revascularização, que vão promover a remodelação do núcleo epifisário (HUNGERFORD, 1979; FICAT, 1985).

Introduzida no Serviço por Bettencourt (CRAVEIRO LOPES E BETTENCOURT, 1985), começamos por utilizar a tunelização cervico-cefálica com trefina de 4.5 mm em casos de DLCP bem seleccionados - lesões de mais de 50% do núcleo sem sinais de cabeça em risco, um dos grupos mais difíceis, em que o tratamento mais eficaz consiste na descarga prolongada no leito, até ao aparecimento da fase de reconstrução.

Quando empregue precocemente no início da fase de necrose, observámos uma reabsorção rápida e em bloco da zona necrosada em 2 a 3 meses, com aparecimento do início da fase de reconstrução, em média aos 4 meses e meio (3 a 10 meses), permitindo então o inicio da deambulação com o calção de abdução-flexão. A fase de reconstrução não pareceu ser influenciada pela tunelização, não se observando um encur tamento do seu tempo de evolução.

Não há pois interesse em utilizar a tunelização quando a lesão já se encontra em fase de fragmentação.

O EFEITO PREVENTIVO DA TUNELIZAÇÃO TRANSFISÁRIA CERVICO-CEFÁLICA DO FÉMUR EM CRIANÇAS COM RISCO DE DOENÇA DE LEGG-CALVÉ-PERTHES

Progressivamente fomos constatando que a intervenção era mais eficaz nas fases precoces da evolução da doença, tendo em determinado momento surgido a precepção de que a sua utilização numa fase suficientemente precoce, poderia abortar a evolução para as fases seguintes de colapso e fragmentação da cabeça femoral.

Temos vindo a evidenciar nos doentes que entretanto tratámos, um verdadeiro morfotipo próprio da DLCP que inclui um atraso estato-ponderal, atraso da idade óssea e anteversão femoral, numa criança de têz morena, predominantemente entre os 4 e 12 anos de idade, que apresenta coxalgia de repetição, aspectos também referidos em parte por outros autores (DUNLAP,1953; SHANDS,1958; CRAIG,1963; KATZ,1968; AXER,1972; HARRISON,1976; WYNNE-DAVIES,1978; CRAVEIRO-LOPES,1986 KRISTMUNDSDOTTIR,1986; UPADHYAY,1986)

Ultimamente, com base nos trabalhos de vários autores em que ficou demonstrada a possíbilidade de diferenciar a sinovite transitória da fase incicial da doença de Legg-Calvé-Perthes, com base no tipo de derrame/sinovite e espessura da cartilagem articular (KALLIO, 1985, 1986; LINNENBAUM, 1989; FUTAMI 1991) temos vindo a complementar o estudo deste grupo de doentes, com a utilização da ecográfia das ancas, como meio de diferenciar precocemente a coxalgia da sinovite transitória, da coxalgia por isquémia repetida do núcleo epifisário que precede a DLCP.

A comprovação por vários autores (DANIGELIS,1975; SUTHERLAND,1980; CALVER,1981; KOHLER,1984; MENDONÇA,1984; SANCHIS,1986; PATERSON,1986) da especificidade e sensibilidade da gamagrafia com MDP Tc99m no diagnóstico precoce da isquémia do núcleo epifisário femoral, veio permitir a comprovação dos sinais indirectos de necrose simples do núcleo epifisário que nos são transmitidos pela clínica e pelo exame radiológico. Na última década têm vindo a aparecer trabalhos que comprovam a superioridade da ressonância magnética nuclear, no que diz respeito a especificidade, precocidade e capacidade de quantificação desta isquémia comparativamente com a gamagrafia (BASSETT, 1987; GENEZ, 1988; LANG, 1988; MICHELL, 1989; PINTO, 1989; SCOLES, 1984; TOBY, 1985; BOS, 1991)

Consideramos actualmente possível, com base nos trabalhos dos autores descritos, nos dados que possuímos da nossa experiência anterior, e no conjunto de exames complementares descritos, identificar uma nova entidade clínica que se desenvolve em algumas crianças susceptíveis, caracterizada pela existência de isquémias sucessivas do núcleo epifisário femoral superior, que propusemos denominar "Doença Isquémica da Anca em Crescimento" (DIAC), que em determinadas circunstâncias, pode progredir para a Doença de Legg-Calvé-Perthes.

Neste contexto, numa criança com DIAC, em risco de desenvolver a Doença de Legg-Calvé-Perthes ou que apresenta DLCP na sua fase inicial, nomeadamente se a sua idade é superior a 6 anos em que o prognóstico do aparecimento de uma DLCP é pior, preconizamos a utilização da Tunelização Transfisária Cervico-cefálica (TTCC), com o intuito de reforçar a irrigação arterial e a drenagem venosa da epífise femoral superior, evitando assim a repetição dos episódios isquémicos e prevenindo ou abortando o aparecimento da doença de Legg-Calvé-Perthes.

A UTILIZAÇÃO DA ARTRODIASTASE NA DOENÇA DE LEGG-CALVÉ-PERTHES NA ANCA COM SINAIS DE "CABEÇA EM RISCO" E "ANCA EM CHARNEIRA".

O aparecimento de uma doença de Legg-Calvé-Perthes (DLCP) numa criança de idade superior a 7 anos, tem geralmente pior prognóstico. Neste grupo etário é frequente o aparecimento de uma anca em charneira caracterizada por subluxação e colapso da cabeça femoral, situação que tem uma solução difícil com as técnicas cirúrgicas comuns. Nestes casos, a artrodiastase pode ser uma opção terapêutica valiosa.

O princípio de funcionamento da artrodiastase na DLCP é de que permite a redução da anca, protege-a durante a fase de fragmentação e originando um espaço dentro do acetábulo, vai permitir a reconstrução de uma cabeça femoral esférica.

O nosso actual protocolo de tratamento da DLCP numa criança com mais de 5 anos de idade, inclui a execução precoce de uma tunelização transfisária cervico-cefálica do fémur, com a finalidade de melhorar as condições vasculares da cabeça femoral e acelerar a evolução da doença, seguida de protecção da anca com uma ortótese de abdução-flexão. Se durante a evolução se observar um fenómeno de anca em charneira, procede-se a uma artrodiastase com um aparelho de Ilizarov.

O procedimento cirúrgico é simples, rápido de executar e pouco traumático, incluindo o posicionamento do doente em mesa de tracção com o membro em abdução de 25-30º, o que permite a redução da cabeça e sua contenção no acetábulo e aplicação de um aparelho de Ilizarov com charneiras centradas no centro de rotação da cabeça femoral, produzindo uma diastase articular de cerca de 1cm. O aparelho é usado durante 3 a 4 meses período durante o qual se assiste ao crescimento progressivo da cabeça femoral colapsada e o aparecimento de ossificação subcondral que indica a altura de extracção do aparelho. Após o período de artrodiastase a anca é protegida com uma ortótese de abdução-flexão durante cerca de 5-8 meses.

 

fonte: http://clientes.netvisao.pt/nfrancac/doencadeperthes.htm