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08 abril 2009

Mulheres são 7 milhões a mais em 2050

 

Rio - Em 2050, o Brasil terá 7 milhões de mulheres a mais do que homens, segundo mostra estudo divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O levantamento revela que, em 1980, para cada grupo de 100 mulheres, havia 98,7 homens. Em 2000, já se observam 97 homens para cada 100 mulheres e, em 2050, a estimativa é que a razão de sexo da população fique por volta de 94%. O chamado "excedente feminino" na população total, que em 2000, era de 2,5 milhões de mulheres e, em 2050, poderá atingir quase 7 milhões.

O estudo mostra também que as mortes prematuras de jovens por violência está refletindo não apenas no excedente feminino, mas sobretudo na esperança de vida no País. Diz o levantamento que "o Brasil por algum tempo experimentou declínios nas taxas de mortalidade em todas as idades, mas, a partir de meados dos anos 1980, as mortes associadas às causas externas (acidentes de qualquer natureza e violência) passaram a desempenhar um papel de destaque, e infelizmente de forma desfavorável, sobre a estrutura por idade das taxas de mortalidade, particularmente dos adultos jovens do sexo masculino".

Envelhecimento

O índice de envelhecimento aponta para mudanças na estrutura etária da população brasileira, segundo mostra estudo divulgado há pouco pelo IBGE. Em 2008, para cada grupo de 100 crianças de 0 a 14 anos existem 24,7 idosos de 65 anos ou mais. Em 2050, o quadro muda e para cada 100 crianças de 0 a 14 anos existirão 172, 7 idosos.

Segundo o estudo, um exame das estruturas etárias projetadas mostra, também, a transformação nas relações entre pessoas que ingressam (e permanecem) nas idades ativas e aquelas que atingem as chamadas idades potencialmente inativas. Em 2050, para cada pessoa com 65 anos ou mais de idade, pouco menos de três estarão na faixa etária potencialmente ativa. Apesar dos problemas que o envelhecimento poderá trazer para a gestão da Previdência, o estudo mostra que a população está alcançando "um bônus demográfico favorável ao crescimento econômico".

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Fonte: Abril. Publicado em 27/11/2008. Acesso em 09/02/2009.

http://www.abril.com.br/noticias/brasil/ibge-mulheres-sao-7-milhoes-mais-2050-195390.shtml

19 março 2009

Expectativa de vida sobe para 72,57 anos no país

IBGE mostra que aumento foi de 3 meses e 14 dias entre 2006 e 2007

O brasileiro ganhou três meses e 14 dias em sua expectativa de vida entre 2006 e o ano passado. É o que mostra a Tábua de Mortalidade da População Brasileira 2007, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Os brasileiros que nasceram em 2007 tinham, em média, 72,57 anos pela frente. Em 2006, essa estimativa era de 72,28 anos.

A comparação com os dados de 1991 (os mais antigos disponíveis nesse caso) permite notar que, em 16 anos, os brasileiros ganharam, em média, 5 anos e meio a mais de vida. No início da década de 1990, o brasileiro vivia 67 anos em média.

A Tábua é divulgada desde 1999 no primeiro dia de dezembro por determinação de uma lei federal. Isso porque a esperança de vida apurada pelo instituto é utilizada pelo Ministério da Previdência Social para o cálculo do fator previdenciário das aposentadorias do Instituto Nacional de Segurança Social (INSS), submetidas ao Regime Geral da Previdência Social. Trata-se de um multiplicador que vai definir o valor da pensão de acordo com a expectativa de vida do beneficiado que se aposenta por tempo de serviço. Não é aplicado para fundos de pensão privados.

grafico_expectativa

            Fonte: Disponível em www.fleury.com.br/.../Pages/6Longevidade.aspx> acessado em 19 Mar 2009.

Existe uma preocupação com o processo de envelhecimento da população, que viverá em média mais de 80 anos até 2050, segundo projetado pelo IBGE na semana passada.

Expectativa de vida mundial.

As regiões mais pobres do País foram as que mais avançaram na esperança de vida, mas ainda estão abaixo da média nacional. Apesar de ter avançado 6,88 anos entre 1991 e 2007, a Região Nordeste ainda tem índice abaixo de 70 anos, o menor do País. Alagoas e Maranhão continuam na lanterninha na comparação entre Estados - 66,77 e 67,64. Já a Bahia apresenta índices próximos do Centro-Sul, com duração média de vida de 72 anos. O Distrito Federal continua na liderança da longevidade, com 75,34 anos. São Paulo é o quinto do ranking, perdendo a quarta posição para Minas Gerais. Enquanto os paulistas ganharam 4,71 anos entre 1991 e 2007, atingindo 74,23 anos de vida média, os mineiros avançaram mais, atingindo 74,62 anos, diferença de 5,65 anos.

A vida média dos homens teve um ganho ligeiramente maior do que o das mulheres nos últimos anos, mas eles continuam vivendo menos. Enquanto as mulheres viviam mais de 76,44 anos em 2007, os homens não tinham conseguido ainda passar de 70: a expectativa de vida masculina no ano passado foi de 68,82 anos.

A explicação está na sobremortalidade dos homens em relação às mulheres, que está aumentando entre os jovens. A chance de um homem na faixa de 20 a 24 anos morrer era quatro vezes maior do que a de uma mulher na mesma idade em 2007. Essa relação aumentou quase 26% na comparação com 1991. Em São Paulo, a sobremortalidade masculina entre jovens é ainda maior: quase 6 vezes. Essa relação aumentou 32,86% entre 1991 e 2007 em São Paulo, que ultrapassou o Rio (5,15) nesse quesito.

Segundo o gerente de Estudos e Análises da Dinâmica Demográfica do IBGE, Juarez de Castro Oliveira, se fossem eliminados os altos índices de morte por causas externas (violência urbana, acidentes de trânsito, acidentes de trabalho, afogamentos, etc.) entre os homens jovens, o brasileiro poderia ter mais 2 ou 3 anos de vida.

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Fonte: Jornal da Ciência. Publicado em 02/12/2008. Acesso em 05/02/2009.

http://www.jornaldaciencia.org.br/Detalhe.jsp?id=60288

AVC.. saiba mais!

A morte do estilista e deputado federal, Clodovil Hernandes, reabriu a discussão sobre os riscos do AVC (Acidente Vascular Cerebral), popularmente conhecido como derrame cerebral. O assunto virou notícia e foco de debates em vários grupos sociais.


Quem já foi vítima da doença intensifica os cuidados para evitar uma repetição. Aqueles que se enquadram nos grupos de risco tentam encontrar alternativas para diminuir as chances de ocorrência. Outros buscam informações para se prevenir e evitar problemas futuros.
O AVC é uma das maiores causas de internação e morte no Brasil. De acordo com o SUS (Sistema Único de Saúde), em 2008, 151.200 pessoas foram internadas para tratar da doença. Há dois tipos de AVC, o isquêmico e o hemorrágico, o tipo mais grave da doença.
Ela explica que o AVC Isquêmico, ou infarto cerebral, é o mais comum e corresponde a 80% dos casos. Ele ocorre quando há bloqueio do vaso que irriga o cérebro devido a uma trombose (formação de placas numa artéria principal do cérebro) ou embolia (trombo ou placa de gordura de outra parte do corpo que se solta e chega aos vasos cerebrais).
Já o AVC Hemorrágico é o tipo mais grave da doença e tem alto índice de mortalidade, em torno de 80%. O AVC-H ocorre quando há ruptura dos vasos sanguíneos dentro ou ao redor do cérebro. Clodovil foi vítima desse tipo de AVC.
As principais causas do AVC são arteriosclerose (que pode provocar a obstrução de uma artéria), embolias (coágulos sanguíneos que se desprendem de alguma artéria ou do coração), inflamação ou infecção das artérias, hemorragias e malformações (aneurismas, fístulas, etc).
Há uma série da fatores que podem contribuir para a ocorrência da doença. Entre eles: hipertensão arterial (pressão alta), doença cardíaca, colesterol alto, fumo, alcoolismo, diabetes, obesidade, uso de pílulas anticoncepcionais sem recomendação médica, sedentarismo, uso de drogas ilícitas, infecções, idade (quanto maior a idade, maior o risco) e hereditariedade (história familiar de AVC).
Podemos observar que alguns dos sintomas são comuns aos dois tipos de AVC:

  • Dor de cabeça muito forte, de instalação súbita, sobretudo se acompanhada por vômitos;
  • Fraqueza ou dormência na face, nos braços ou nas pernas, geralmente afetando um dos lados do corpo;
  • Paralisia (dificuldade ou incapacidade de movimentação);
  • Perda súbita da fala ou dificuldade para se comunicar e compreender o que se diz;
  • Perda da visão ou dificuldade para enxergar com um ou ambos os olhos.


O AVC isquêmico pode ser acompanhado ainda de tontura e perda de equilíbrio ou coordenação. Ao AVC hemorrágico podem também se associar náuseas, vômitos, convulsões, confusão mental e perda de consciência.
A prevenção é fundamental e reduz significativamente o risco e a incidência da doença e tem como principal alvo a detecção e o combate eficaz dos fatores de risco.

A identificação rápida e o imeditado socorro em face a um possível quadrro de AVC/AVE em desenvolvimento, pode ser determinante em relação a gravidade e a extensão das lesões causadas assim como a redução do risco de morte associado. A capacidade de identificar os sinais e sintomas de um AVC certamente pode salvar uma vida. Tenha em mente que quanto mais rápido for o acesso ao atendimento maiores são as chances de reversão do quadro e menores os risco de morte e lesões do sistema nervoso central.

A informação ainda é a melhor forma de prevenção…

13 dezembro 2008

Quedas, Um risco aos idosos

Um estudo da Faculdade de Saúde Pública (FSP) da USP mapeou a realidade brasileira das internações hospitalares decorrentes de traumas na coluna. A professora de enfermagem Vanessa Luiza Tuono, do Centro Federal de Educação Tecnológica (CEFET) de Santa Catarina e, durante o estudo, mestranda da FSP no curso de Epidemiologia, pesquisou o perfil dos pacientes, os principais motivos e os aspectos técnicos das internações brasileiras. Ela constatou dados interessantes, como a elevada porcentagem de internações devido a quedas e acidentes de trânsito e a predominância de jovens do sexo masculino entre as vítimas.

A pesquisadora levantou informações sobre internações hospitalares no banco de dados para traumas de coluna do Sistema de Informações Hospitalares (SIH) do Sistema Único de Saúde (SUS), com dados referentes ao período de 2000 a 2005. Ela constatou que 3% das internações por causas externas (acidentes e violências) são com diagnóstico de trauma de coluna, o que corresponde a cerca de 20 mil internações/ano. Destas, 7% são com comprometimento da medula espinal.

Vanessa explica que “os traumas com acometimento da medula geralmente são lesões graves que deixam seqüelas irreversíveis, tanto que, na maioria dos casos os pacientes acabam morrendo ou ficando inválidos”. Segundo os dados levantados, as lesões do nível lombo-sacral, que causam paraplegia na maior parte dos casos, representam 60% do total das internações; as lesões cervicais (mais graves), que geralmente deixam as vitimas tetraplégicas e, portanto, inválidas, representam 28% dos casos. A professora explica que quanto mais próximas da cabeça mais graves são as lesões de coluna. 

As causas das lesões provêm predominantemente de quedas, que representam cerca de 40% das internações” explica Vanessa. Inclui-se nessa porcentagem quedas de idosos em casa, na maioria mulheres, e de trabalhadores da construção civil principalmente. Em segundo lugar estão os acidentes de trânsito, que representam 23% das internações, sendo que, destes, 30% são pedestres. Completam a lista as lesões por mergulho em águas rasas com 20% dos casos, tentativas de homicídio com 6% e outros casos 1%.

Problema de Saúde Pública

O tempo médio de cada internação é de 9 dias para lesões sem acometimento medular e de 17 dias para as que causam acometimento. Comparando esse período com os gastos médios da internação, que são de cerca de R$ 1.523,00, Vanessa concluiu que as internações representam um custo elevado para o Estado.

Segundo a pesquisadora, a maior parte dos pacientes são jovens do sexo masculino, com idades entre 20 e 29 anos. “No período pesquisado houve um crescimento das internações, que passou de 15 casos para cada 100 mil habitantes, para 22,9 casos” diz, lembrando que “a região Sul e o Distrito Federal foram as regiões com maiores índices de internações”.

Devido a esse crescimento, e também pelos pacientes estarem no auge de sua produtividade profissional e pessoal, e mais ainda, pelo fato de as lesões causarem seqüelas quase sempre irreversíveis, o estudo mostrou que os traumas com comprometimento medular representam um grande problema de saúde pública.

Texto: Paulo Roberto Andrade
Fonte: Agência USP

12 dezembro 2008

Atividade Física na Terceira Idade

Não é novidade para ninguém que a parcela de idosos tem aumento de forma significativa no Brasil e em vários outros países. O avanço da medicina e os cuidados preventivos, como exercícios e alimentação saudável, fazem com que as pessoas vivam mais e com melhor qualidade. Quem costuma correr em parques ou participar de provas é testemunha do grande número de pessoas acima dos 60 anos e em ótima forma física. Aliás, várias pesquisas já demostraram que os exercícios são benéficos mesmo a indivíduos de 80 anos e sedentários.


Para atender aos interesses e necessidades deste público, alguns profissionais de Educação Física desenvolveram programas de treinos específicos para a terceira idade. Um deles é o professor Eduardo Rodrigues, um colega que há muitos anos orienta com bastante entusiasmo e competência a prática esportiva em grupos de senhores e senhoras. Dudu, como é conhecido no universo dos treinos e corridas, fala na entrevista abaixo sobre as características e as potencialidades dos esportistas acima dos 60. Seu entusiasmo é um incentivo a mais para quem se encontra nessa faixa etária.
VEJA.com - Existe, de fato, um maior interesse dos idosos pela atividade física?
Eduardo Rodrigues - Sim, na última década cresceu de forma expressiva o número de pessoas nessa idade com preocupações em relação à saúde e o bem-estar.

Quais as principais diferenças entre a capacidade física de pessoas mais jovens em relação aos mais velhos?
As diferenças são significativas. Por exemplo, a força máxima de homens e mulheres é alcançada entre os 20 e 30 anos, período em que a circunferência dos músculos costuma ser maior. Com o passar dos anos há um declínio na força muscular. Por volta dos 65 anos, a força de preensão manual (ato ou efeito de segurar) em homens é aproximadamente 20 % menor, em comparação aos jovens de 20 anos.

Há cuidados específicos para cada etapa da vida depois dos 50 anos?
Sim, há um ritmo diferenciado de intensidade física em todas as faixas etárias. As funções fisiológicas declinam com a idade e nem sempre no mesmo ritmo. A condução nervosa declina apenas 10 a 15%, aos 80 anos, enquanto o débito cardíaco (volume de sangue por minuto), declina entre 20 a 30% e a capacidade respiratória máxima, aos 80 anos, é cerca de 40% menor, em comparação com indivíduos de 20 anos. As treinos e as exigências físicas não podem ser iguais para todos. É preciso um programa adequado para que o corpo possa estar em atividade e obter resultado positivo para a saúde.
Quais os benefícios principais que a prática esportiva pode trazer para este grupo?
O treinamento físico sistemático facilita a retenção protéica e pode retardar a diminuição da massa muscular e da força. Uma pesquisa realizada na Universidade de Stanford com idosos sedentários, que se submeteram a um programa regular de exercícios, comprovou que a força muscular aumenta progressivamente durante o treinamento. Durante um programa de 12 semanas, homens sadios na faixa de 60 a 72 anos, obtiveram resultados animadores. Por exemplo, o aumento da força muscular, no exercício de flexão de joelhos,  foi de 107% e no exercício de extensão dos joelhos, o aumento foi de 227%. Este estudo comprova que um programa regular de exercícios resistidos pode aumentar a massa muscular em idosos. Com o aprimoramento da força muscular os idosos também ficam menos expostos a lesões e acidentes domésticos.
Existem atividades a serem evitadas?
Não existe atividade física proibida, deve-se ter bom senso, e evitar atividades que envolvam risco de vida, ou de lesões musculares e fraturas. A redução da massa muscular está relacionada com a perda de força decorrente da idade. As fibras musculares diminuem de tamanho, em particular as fibras brancas (contração rápida), o que explica a movimentação mais lento, em pessoas idosas. Há com o passar do tempo, um aumento das fibras de contração lenta (fibras róseas e vermelhas) dando mais resistência e menos velocidade. Assim, as atividades físicas devem ser adaptadas às condições de cada indivíduo.
Além da corrida, o idoso deve complementar seu programa de atividade física com quais modalidades?
Alguns indivíduos podem correr e outros não, em função de problemas articulares (artrite, artrose), mecânicos (tipo de pisada ou posição dos joelho, problemas de coluna, perda ou diminuição da visão e também diminuição do equilíbrio). Recomenda-se complementar a corrida com alongamentos, exercícios localizados e musculação. O importante, basicamente, é ser ativo

Fonte: Veja.com, 31/10/2008. http://veja.abril.com.br/blog/saude-chegada

11 dezembro 2008

Brasil, um país envelhecendo...

IBGE: população brasileira envelhece em ritmo acelerado

Desde os anos 1960 que a taxa de crescimento da população brasileira vem experimentando paulatinos declínios, intensificando-se juntamente com as quedas mais pronunciadas da fecundidade1. No período 1950-1960, a taxa de crescimento da população recuou de 3,04% ao ano para 1,05% em 2008. Mas, em 2050, a taxa de crescimento cairá para –0,291%, que representa uma população de 215,3 milhões de habitantes. Segundo as projeções, o país apresentará um potencial de crescimento populacional até 2039, quando se espera que a população atinja o chamado "crescimento zero". A partir desse ano serão registradas taxas de crescimento negativas, que correspondem a queda no número da população. Vale ressaltar que se o ritmo de crescimento populacional se mantivesse no mesmo nível observado na década de 1950 (aproximadamente 3% ao ano), a população brasileira chegaria, em 2008, a 295 milhões de pessoas e não nos 189,6 milhões divulgados pelo IBGE.

Essas informações podem ser encontradas no estudo "Uma abordagem demográfica para estimar o padrão histórico e os níveis de subenumeração de pessoas nos censos demográficos e contagens da população", que traz ainda a projeção da população do Brasil, por sexo e idade para o período 1980 – 2050. A Revisão 2008 incorpora a revisão da trajetória recente e futura da fecundidade, com base nas informações provenientes da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) de 2002 a 2006, cujo nível limite se estabiliza em 1,5 filho por mulher (hipótese recomendada). O IBGE divulga também a metodologia das estimativas anuais e mensais da população do Brasil e das Unidades da Federação: 1980 – 2030 e a metodologia das estimativas das populações municipais.

Taxa de fecundidade total cai, mas no grupo de jovens de 15 a 19 anos cresce
As taxas de natalidade2 iniciaram sua trajetória de declínio em meados da década de 1960, com a introdução e a paulatina difusão dos métodos anticonceptivos orais no Brasil. Com isso, no decênio 1960 - 1970 já se observa uma discreta diminuição das taxas de crescimento populacional (2,89%), fenômeno que se confirma ao longo dos dez anos seguintes, quando se constata uma taxa de crescimento de 2,48%.

A fecundidade no Brasil foi diminuindo ao longo dos anos, basicamente como conseqüência das transformações ocorridas na sociedade brasileira, de modo geral, e na própria família, de maneira mais particular. Com isso, a fecundidade, em 1991, já se posicionava em 2,89 filhos por mulher e, em 2000, em 2,39 filhos por mulher. As PNADs 2006 e 2007 já apresentam estimativas que colocam a fecundidade feminina no Brasil abaixo do nível de reposição das Gerações (1,99 e 1,95 filho por mulher, respectivamente). Ao utilizar este conjunto de estimativas para projetar o nível da fecundidade, a taxa estimada e correspondente ao ano de 2008 é de 1,86 filho por mulher.

Foi com base no conjunto de estimativas da fecundidade no Brasil que foi possível estabelecer a provável trajetória futura desta variável demográfica. Com os devidos ajustes inerentes ao processo de modelagem, a fecundidade limite brasileira seria de 1,50 filho por mulher, valor que será alcançado entre 2027 e 2028. A fecundidade por idade da mulher, por hipótese, deve seguir mantendo um comportamento jovem, com taxas máximas no grupo 20 a 24 anos de idade.

A taxa de fecundidade das mulheres jovens apresenta incrementos até 2005 (em 1980, 7,42% – de cada 100 mulheres de 15 a 19 anos, 7,42 já haviam tido pelo menos 1 filho – e 9,15%, em 2005). A partir de 2005, a taxa experimenta suaves declínios até atingir os 7,21% em 2050. Não obstante, a participação relativa da fecundidade das mulheres de 15 a 19 anos de idade na fecundidade total eleva-se até 2020. Em 2000, da fecundidade total experimentada ao longo do período fértil, 18,81% correspondiam às mulheres de 15 a 19 anos. Em 2020, este percentual alcança os 24,01%, mantendo-se neste patamar até 2050, em decorrência dos baixos níveis atingidos pela fecundidade.

Em 2050, o Brasil terá 7 milhões de mulheres a mais do que os homens
Como conseqüência da sobremortalidade masculina, as razões de sexo3 vêm diminuindo paulatinamente no Brasil. Em 1980, para cada grupo de 100 mulheres, havia 98,7 homens. Em 2000, já se observam 97 homens para cada 100 mulheres e, em 2050, espera-se que a razão de sexo da população fique por volta de 94%. Dessa forma, verificam-se elevações no excedente feminino na população total que, em 2000, era de 2,5 milhões de mulheres e, em 2050, poderá atingir quase 7 milhões.

As taxas de crescimento correspondentes às crianças de 0 a 14 anos já mostram que este segmento vem diminuindo em valor absoluto desde o período 1990 – 2000. Em contrapartida, as correspondentes ao contingente de 65 anos ou mais, embora oscilem, são as mais elevadas, podendo superar os 4% ao ano entre 2025 e 2030. Em 2008, enquanto as crianças de 0 a 14 anos correspondem a 26,47% da população total, o contingente com 65 anos ou mais representa 6,53%. Em 2050, a situação muda e o primeiro grupo representará 13,15%, ao passo que a população idosa ultrapassará os 22,71% da população total.

Ainda como reflexo do envelhecimento da população brasileira, a razão de dependência total, que mede o peso da população em idades potencialmente inativas sobre a população em idades potencialmente ativas, diminuirá até aproximadamente 2022, em decorrência das reduções na razão de dependência das crianças. A partir desse ano, a razão dependência retoma uma trajetória de elevação em virtude do aumento da participação absoluta e relativa dos idosos na população total. Assim, a idade mediana4 da população duplica entre 1980 e 2035, ao passar de 20,20 anos para 39,90 anos, respectivamente, podendo alcançar os 46,20 anos, em 2050.

O país caminha velozmente rumo a um perfil demográfico cada vez mais envelhecido
O índice de envelhecimento aponta para mudanças na estrutura etária da população brasileira. Em 2008, para cada grupo de 100 crianças de 0 a 14 anos existem 24,7 idosos de 65 anos ou mais. Em 2050, o quadro muda e para cada 100 crianças de 0 a 14 anos existirão 172, 7 idosos.

Um exame das estruturas etárias projetadas mostra, também, a transformação nas relações entre pessoas que ingressam (e permanecem) nas idades ativas e aquelas que atingem as chamadas idades potencialmente inativas. Em 2000, para cada pessoa (1) com 65 anos ou mais de idade, aproximadamente 12 estavam na faixa etária chamada de potencialmente ativa (15 a 64 anos). Já em 2050, para cada pessoa (1) com 65 anos ou mais de idade, pouco menos de 3 estarão na faixa etária potencialmente ativa. No tocante às crianças e jovens, existirá cada vez mais pessoas em idade potencialmente ativa "destinadas"a suprir suas necessidades.

População alcança bônus demográfico favorável ao crescimento econômico
Os resultados apresentados permitem constatar que, nesse momento, o Brasil passa pela chamada janela demográfica, onde o número de pessoas com idades potencialmente ativas está em pleno processo de ascensão, e a razão de dependência total da população vem declinando em conseqüência da diminuição do peso das crianças de 0 a 14 anos sobre a população de 15 a 64 anos de idade.

Além disso, a população com idades de ingresso no mercado de trabalho (15 a 24 anos) passa pelo máximo de 34 milhões de pessoas, contingente que tende a diminuir nos próximos anos. O aproveitamento desta oportunidade (janela demográfica) proporcionaria o dinamismo e o crescimento econômico, se essas pessoas fossem preparadas em termos educacionais e de qualificação profissional para um mercado de trabalho cada vez mais competitivo, não somente em nível nacional, mas também em escala global.

Vida média do brasileiro chegará ao patamar de 81 anos em 2050
Os avanços da medicina e as melhorias nas condições gerais de vida da população repercutem no sentido de elevar a média de vida do brasileiro (expectativa de vida ao nascer) de 45,5 anos de idade, em 1940, para 72,7 anos, em 2008, ou seja, mais 27,2 anos de vida. Segundo a projeção do IBGE, o país continuará galgando anos na vida média de sua população, alcançando em 2050 o patamar de 81,29 anos, basicamente o mesmo nível atual da Islândia (81,80), Hong Kong, China (82,20) e Japão (82,60).

Em 2008, a média de vida para mulheres chega a 76,6 anos e para os homens 69,0 anos, uma diferença de 7,6 anos. Em escala mundial, a esperança de vida ao nascer foi estimada, para 2008 (período 2005-2010), em 67,2 anos e, para 2045-2050, a ONU projeta uma vida média de 75,40 anos.

Taxa de mortalidade infantil cai para 23,3%0, mas ainda é preocupante
O aumento da escolaridade feminina, a elevação do percentual de domicílios com saneamento básico adequado (esgotamento sanitário, água potável e coleta de lixo) e o acesso aos serviços de saúde contribuíram para a queda da taxa de mortalidade infantil em todo o país. Contudo, ainda há um longo percurso pela frente, uma vez que a mortalidade infantil no Brasil, estimada em 23,30 óbitos de menores de 1 ano para cada mil nascidos vivos, em 2008, é alta quando comparada com os indicadores correspondentes aos países vizinhos do cone sul para o período 2005 - 2010. No mesmo período, os países como, por exemplo, Argentina (13,40 por mil), Chile (7,20 por mil) e Uruguai (13,10 por mil) registraram taxas bem menores.Vale lembrar que, em 1970, a taxa de mortalidade infantil no Brasil estava próxima de 100 óbitos de crianças menores de 1 ano por mil nascidos vivos.

De acordo com os parâmetros utilizados na projeção da população do Brasil – Revisão 2008, o país poderá reduzir sua mortalidade infantil para 18,2 óbitos de menores de 1 ano para cada mil nascidos vivos até 2015, e a esperança de vida ao nascer deverá atingir os 74,8 anos. Já a probabilidade de um recém-nascido falecer antes de completar os 5 anos de idade poderá experimentar um declínio de 32,9%, posicionando-se em 21,6%0 em 2015.

Em relação ao cumprimento das Metas do Milênio5, que constituem uma responsabilidade comum a todos, envolvendo os governos Federal, Estadual e Municipal e o setor privado, as projeções sinalizam ainda indicadores em níveis superiores aos esperados. Dos oito objetivos gerais o de número quatro trata do compromisso assumido pelos signatários da Declaração em reduzir em dois terços, entre 1990 e 2015, a taxa de mortalidade de crianças menores de 5 anos de idade. Assim, a taxa de mortalidade infantil do País, em 1990, era de 46,9 óbitos de menores de 1 ano para cada mil nascidos vivos, e uma redução de dois terços significa atingir, em 2015, o patamar de 15,6 óbitos por mil. Por sua vez, a taxa de mortalidade de crianças menores de 5 anos posicionava-se, no início dos anos 1990, em 59,6 óbitos por mil, devendo cumprir uma trajetória de declínio nos próximos dez anos até que alcance os 19,9 óbitos por mil. Entretanto, é bastante provável que o país venha a atingir as metas contidas nos Objetivos do Desenvolvimento do Milênio, e o Censo Demográfico 2010 poderá, com seus resultados, oferecer elementos preciosos para uma melhor avaliação desta possibilidade. É conveniente, todavia, advertir que o indicador em questão reflete uma realidade da média nacional e, um cenário positivo e, por conseguinte, necessário e desejável é aquele no qual já estejam totalmente apagadas as marcantes desigualdades sociorregionais que ainda persistem no Brasil. De qualquer forma, vale registrar que os valores das respectivas taxas, implícitas na atual projeção da mortalidade para 2015: 18,2%o (para os menores de 1 ano de idade) e 21,6%o (para os menores de 5 anos de idade) estão bem próximos, mas ainda superiores às metas a serem cumpridas.

Mortes prematuras de jovens por violência reflete na esperança de vida
O Brasil por algum tempo experimentou declínios nas taxas de mortalidade em todas as idades, mas, a partir de meados dos anos 1980, as mortes associadas às causas externas (acidentes de qualquer natureza e violência) passaram a desempenhar um papel de destaque, e infelizmente de forma desfavorável, sobre a estrutura por idade das taxas de mortalidade, particularmente dos adultos jovens do sexo masculino. A esperança de vida no Brasil continuou elevando-se, mas poderia, na atualidade, ser superior em 2 ou 3 anos à estimada, se não fosse o efeito das mortes prematuras de jovens por violência. Basta constatar que, em 2000, a incidência da mortalidade masculina no grupo etário 20 a 24 anos era quase 4 vezes superior à da feminina e, este indicador, ao que tudo indica estaria elevando-se com o passar dos anos.

De 2008 para 2050, Brasil passa da 5ª para a 8ª posição no ranking dos países mais populosos
Em 2008, o Brasil ocupa a 5ª posição entre os países mais populosos, mas de acordo com as projeções da ONU, o país passará para a oitava posição em 2050. Veja na tabela abaixo o ranking dos 25 países mais populosos (World Population Prospects: The 2006 Revision).

Nota: A Revisão 2008, elaborada pela Divisão de População das Nações Unidas, será divulgada em 2009. Portanto, os resultados acerca do posicionamento do Brasil frente aos demais países ou áreas devem ser vistos como preliminares.
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1 Taxa de fecundidade total – A taxa de fecundidade total expressa o número de filhos que, em média, teria uma mulher, pertencente a uma coorte hipotética de mulheres, que durante sua vida fértil tiveram seus filhos de acordo com as taxas de fecundidade por idade do período em estudo e não estiveram expostas aos riscos de mortalidade desde o nascimento até o término do período fértil.

2 Taxa bruta de natalidade - Representa a freqüência com que ocorrem os nascimentos em uma determinada população. É o quociente entre os nascidos vivos ocorridos em um determinado ano e a população ao meio do ano, vezes 1000.

3 Razão de sexo - expressa o número de pessoas do sexo masculino para cada grupo de 100 pessoas do sexo feminino. É obtida através do quociente entre as populações masculina e feminina por grupos de idade.

4 A idade mediana é aquela que separa a distribuição etária em dois blocos de 50% cada um.

5 A adoção da Declaração do Milênio em 2000 por todos os 189 Estados-membros da Assembléia Geral das Nações Unidas marcou um momento decisivo da cooperação global no século XXI. A Declaração estabelece, no âmbito de uma única estrutura, os desafios centrais enfrentados pela humanidade no limiar do novo milênio, esboça a resposta a esses desafios e estabelece medidas concretas para medir o desempenho mediante uma série de compromissos, objetivos e metas interrelacionados sobre desenvolvimento, governabilidade, paz, segurança e direitos humanos (em www.pnud.org.br/odm/papel_pnud/ ).
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http://www.ibge.gov.br/home/presidencia/noticias/noticia_visualiza.php?id_noticia=1272&id_pagina=1

10 dezembro 2008

Câncer, a doença que mais matará em 2010

O fumo e a má alimentação - duas condições dos tempos atuais - comprovadamente cobram um preço muito alto. Ambos favorecem o aumento de casos de câncer. E de acordo com estudo do Centro Internacional de Pesquisas contra o Câncer da Organização Mundial de Saúde (OMS) a doença deverá superar as incidências cardiovasculares como primeira causa de mortalidade no mundo em 2010.

Segundo o relatório, os casos de câncer dobraram entre 1975 e 2000, e devem duplicar novamente entre 2000 e 2020. Em 2030, o câncer poderá matar 17 milhões de pessoas, contra os 7,6 milhões que provocou em 2007. No ano passado, também foram registrados 12 milhões de novos casos de câncer, entre os quais 5,6 milhões ocorreram em países em desenvolvimento. No total, 7,6 milhões de pessoas morreram, sendo 4,7 milhões nos países em desenvolvimento.

O consumo de cigarro, a dieta excessivamente rica em gordura e hábitos alimentares cada vez menos saudáveis foram comprovados pela ciência como fatores que favorecem o aumento do câncer. De acordo com o relatório da OMS, se não forem adotadas medidas para contornar esses hábitos, poderá haver 27 milhões de casos de câncer a cada ano no planeta até 2030.

O cigarro, consumido por cerca de 1,3 bilhão de pessoas no planeta, é o primeiro alvo a ser atacado. A maioria dos países desenvolvidos restringiu o fumo em lugares públicos, incluindo locais de trabalho e restaurantes. A medida contribuirá para uma redução dos casos de câncer nos próximos anos. Mas é preciso observar que, frente ao sucesso dessas campanhas, as empresas de cigarro concentraram sua atenção nas nações em desenvolvimento - principalmente China, Rússia e Índia -, onde são capazes de investir em "um nível de publicidade sem precedentes". "Mais da metade dos casos e dois terços dos óbitos por câncer ocorrem nos países com nível de renda baixo ou médio. Os países em desenvolvimento, onde a população crescerá 38% até 2030, não têm meios para lutar de forma eficaz contra o câncer", destaca o relatório.

28 novembro 2008

Hipertensão aumenta entre jovens

Reflexo da adoção de hábitos de vida pouco saudáveis, a doença precisa ser tratada para evitar complicações futuras

Ao contrário do que muitos acreditam, a hipertensão não é um privilégio dos adultos. Nas últimas décadas, o número de jovens vítimas da doença vem crescendo. O aumento reflete a adoção de hábitos de vida nem sempre saudáveis, já que, nessa faixa etária, a doença geralmente está associada à alimentação incorreta e ao sedentarismo.
A hipertensão arterial é a doença crônica de maior prevalência no mundo. Segundo a Sociedade Brasileira de Hipertensão (SBH), 30% da população brasileira pode ser considerada hipertensa. Desse total, 5% são crianças e adolescentes. Embora não existam dados disponíveis sobre a incidência somente entre jovens, o índice nessa faixa etária também cresce, conforme atestam especialistas.
Segundo o nefrologista e professor da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), Oswaldo Kohlmann, a hipertensão entre jovens cresce porque hoje a população está mais exposta aos fatores de risco, antecipando a manifestação da doença. "A hipertensão é uma doença de origem genética e geralmente leva cerca de 30 anos para se manifestar. No entanto, a inatividade física, a ingestão excessiva de sal, gordura, carboidratos e bebidas alcoólicas podem disparar o gatilho de desenvolvimento da hipertensão antes do tempo", explica.
A expectativa é que, até 2025, o número de hipertensos em países em desenvolvimento, como o Brasil, cresça 80%, segundo estudo realizado por especialistas da Escola de Economia de Londres, do Instituto Karolinska (Suécia) e da Universidade do Estado de Nova Iorque. Para reverter o quadro, os autores do estudo sugerem que os governos adotem as medidas preventivas, estimulando a alimentação saudável, a redução do consumo de sal, o combate ao fumo, a prática de exercícios e o controle de peso.
"Se a pressão arterial é pouco elevada, próxima do nível normal, apenas mudanças no estilo de vida podem ser suficientes para normalizá-la. Casos mais graves, no entanto, exigem o uso de medicamentos", esclarece Kohlmann.
Tratamento adequado reduz riscos - A hipertensão é um dos principais fatores de risco para as doenças cardiovasculares, a principal causa de morte no mundo, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS). Tratar a doença pode reduzir em 40% a chance de ocorrência de derrame e em 20% a chance de infarto do miocárdio. Por isso, é importante educar sobre as conseqüências futuras da doença e estimular o diagnóstico precoce e tratamento adequado.
Segundo a OMS, em média um ano após o diagnóstico, mais da metade dos pacientes abandona o tratamento e, daqueles que continuam a terapia, apenas 50% toma pelo menos 80% dos medicamentos prescritos. "A hipertensão é uma doença crônica e exige tratamento contínuo, mesmo que não apresente sintomas", explica o cardiologista e professor da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), Wille Oigman.
Como a hipertensão geralmente é acompanhada de outras doenças, os pacientes podem necessitar de vários medicamentos para manter a pressão e as outras patologias sob controle. "Medicamentos com menor chance de causar efeitos colaterais, que oferecem proteção por 24 horas e são ingeridos apenas uma vez ao dia podem reduzir as chances de abandono do tratamento", lembra o cardiologista.
É o que comprova um estudo clínico apresentado no último encontro da Sociedade Européia de Cardiologia. Segundo a pesquisa que acompanhou mais de 5,9 mil pacientes em 40 países, o uso do anti-hipertensivo telmisartana reduziu em 13% o risco de morte por problemas cardiovasculares. O estudo revelou ainda que, o grupo utilizando telmisartana apresentou menor taxa de interrupção do tratamento (pela melhor tolerabilidade da medicação), oferecendo ao paciente o benefício da proteção de longo prazo.

27 novembro 2008

Medir pressão todo dia. Estratégia para prevenção do Risco Cardíaco-UFRJ

A medição da pressão arterial no consultório médico pode ter pouca utilidade no prognóstico de quais pacientes hipertensos podem sofrer derrames e enfartes, segundo estudo publicado na segunda-feira por pesquisadores da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

Cerca de 10 a 30 por cento dos hipertensos não melhoram com o tratamento. Para eles, a medição da pressão em intervalos regulares de 24 horas pode resultar em um controle melhor da doença, de acordo com o estudo.

O médico Gil Salles e seus colegas estudaram 556 pacientes hipertensos que freqüentaram um ambulatório entre 1999 e 2004, sem reagir ao tratamento.

Os pacientes tinham sua pressão monitorada por um aparelhinho em intervalos regulares, durante 24 horas, e eram submetidos a três ou quatro avaliações anuais, até dezembro de 2007.

Após cinco anos, 19,6 por cento havia tido algum tipo de problema cardíaco, letal ou não.

Os pesquisadores concluíram que as medições de pressão feitas no ambulatório não previam esses incidentes, enquanto o monitoramento ao longo de períodos de 24 horas o fazia. As medições feitas durante a noite eram especialmente reveladoras.

"Este estudo tem importantes implicações clínicas", disse Salles em nota divulgada junto com a publicação do estudo na revista Archives of Internal Medicine.

A hipertensão, se não for tratada a tempo, pode provocar enfartes, derrames e outros problemas graves. Baseando-se em eventuais momentos de piora, especialmente noturnos, os médicos podem indicar uma estratégia mais agressiva para o tratamento.

As medições feitas nos consultórios são frequentemente distorcidas pelo "efeito jaleco branco", em que a mera presença no consultório médico afeta a leitura. Por isso, algumas entidades médicas dão preferência ao monitoramento doméstico da pressão.

26 novembro 2008

Avanço da AIDS entre os mais velhos é preocupante…Saiba mais

A taxa de incidência de Aids entre pessoas acima dos 50 anos dobrou entre 1996 e 2006 e passou de 7,5 casos por 100 mil habitantes para 15,7, confirmando uma tendência que vinha sendo identificada, segundo dados do governo divulgados nesta terça-feira.

A maioria dos casos no país, no entanto, ainda está na faixa etária de 25 a 49 anos.

"A Aids sempre foi vista como uma doença de jovens e adultos, como se a população mais velha não fosse sexualmente ativa. Mas os números mostram que a epidemia cresceu nessa população, principalmente nos últimos anos", disse a diretora do Programa Nacional de DST/Aids, Mariângela Simão.

O aumento dos casos vem sendo registrado em todas as regiões nessa faixa etária. Em 1996, existiam 3 casos da doença para cada 100 mil habitantes no Norte e em 2006 a taxa subiu para 13. No Sudeste passou de 10,9 para 18,3 e no Sul de 7,1 para 22,9.

Como uma resposta a tal realidade, o programa de Aids vai fazer uma campanha direcionada a essa população, cujo objetivo é despertar nos adultos e idosos a importância do uso do preservativo nas relações sexuais. A iniciativa será lançada no Dia Mundial de Luta contra a Aids, em 1o de dezembro, com o slogan "Sexo não tem idade. Proteção também não".

SOBREVIDA

Um outro estudo, relacionado à sobrevida e encomendado pelo Ministério da Saúde, mostrou que dobrou a sobrevida, entre 1995 e 2007, dos pacientes com Aids das regiões Sul e Sudeste.

O tempo médio de sobrevida saltou de 58 meses para mais de 108 meses no período. O estudo acompanhou cerca de 2 mil adultos diagnosticados entre 1998 e 1999. Mais da metade deles (60 por cento) continuou viva por, no mínimo, 108 meses depois do diagnóstico.

Segundo o ministério, o estudo foi feito em 23 cidades do Sul e Sudeste do país, regiões que concentravam 82,4 por cento da epidemia do país no período do diagnóstico.

"Pesquisa semelhante feita com outro grupo de pacientes diagnosticados entre 1995 e 1996 apontou que metade desses permanecia viva por apenas 58 meses após a confirmação da doença", disse o ministério em comunicado.

Para a diretora do programa de Aids do ministério, o estudo mostra que as ações adotadas deram resultado.

"Países como o Brasil, que optaram pelo acesso universal ao tratamento na década de 1990, determinaram a mudança na história natural da doença. Em pouco mais de dez anos, a Aids deixou de ser uma sentença de morte", afirmou Mariângela Simão.

O Brasil, que oferece gratuitamente o tratamento anti-retroviral contra a Aids, possui também uma estrutura de apoio aos pacientes que inclui, por exemplo, exames avançados capazes de identificar alguma falha do esquema terapêutico antes de que o paciente apresente doenças oportunistas, que pode levar à morte.

 

fonte:http://oglobo.globo.com/pais/mat/2008/11/25/dobram_casos_de_aids_entre_maiores_de_50_anos_no_pais-586547466.asp