20 março 2009

Diabetes…Saiba mais…

Sinais e Sintomas

O desencadeamento de diabetes tipo 1 é geralmente repentino e pode incluir sintomas como:

  • Sede excessiva
  • Rápida perda de peso
  • Fome exagerada
  • Cansaço inexplicável
  • Muita vontade de urinar
  • Má cicatrização
  • Visão embaçada
  • Falta de interesse e de concentração
  • Vômitos e dores estomacais, freqüentemente diagnosticados como gripe.

Os mesmos sintomas podem também ocorrer em pessoas com diabetes tipo 2, mas geralmente são menos evidentes. Em crianças com diabetes tipo 2, podem ser moderados ou até mesmo ausentes.

No caso do diabetes tipo 1, estes sintomas surgem de forma abrupta e às vezes podem demorar a ser identificados. Já no diabetes tipo 2, esses sintomas podem ser mais moderados ou até mesmo inexistentes.

Pais e mães, professores e enfermeiras de colégio, médicos e qualquer pessoa envolvida em cuidados de crianças deve se familiarizar com os sinais de advertência e alertar à ameaça de diabetes.
Não se sabe ao certo por que as pessoas desenvolvem o diabetes tipo 1. Sabe-se que há casos em que algumas pessoas nascem com genes que as predispõem à doença, mas outras têm os mesmos genes e não têm diabetes. Outro dado é que, no geral, o diabetes tipo 1 é mais freqüente em pessoas com menos de 35 anos, mas vale lembrar que pode surgir em qualquer idade.

Importância da atividade física

A prática regular de atividade física é fundamental na adoção de hábitos de vida mais saudáveis. Além dos benefícios já conhecidos, tais como prevenção de doenças cardíacas, prevenção de osteoporose, redução do colesterol, redução da hipertensão, combate à obesidade e tantos outros, o exercício físico tem um efeito ainda mais importante: o indivíduo capaz de incorporar a atividade física aos seus hábitos de maneira definitiva, encontra uma nova fórmula de vida.

Manter-se ativo promove uma mudança radical no corpo. O organismo solicita hábitos saudáveis. Os alimentos gordurosos começam a se tornar indesejados, as refeições exageradamente calóricas são rejeitadas, a auto-estima aumenta com a melhora na estética corporal, a resistência física é aumentada e a produtividade e capacidade de trabalho são favorecidas.

Para a pessoa com diabetes, a atividade física, além dos benefícios já citados, auxilia no tratamento da doença.

Se todos estes fatores não forem suficientes para convencer alguém a praticar exercícios, existem mais duas informações importantes: melhora o desempenho sexual e aumenta a expectativa de vida!

 

Diabetes não escolhe sexo, raça nem idade. Engloba grande parcela da população mundial, independentemente do desenvolvimento econômico, nível social ou grau de escolaridade. Muitas vezes a doença pode ter causas fisiológicas e ser agravada pelo desconhecimento do problema e dos hábitos de vida que auxiliam a manter os níveis de glicose equilibrados.

  • A pobreza e a exclusão social aumentam o risco de desenvolver diabetes.

  • Países em desenvolvimento estão enfrentando o fardo duplo da desnutrição e taxas crescentes de obesidade e diabetes – causados pela rápida urbanização falta de atividade física e uma mudança de padrão alimentar.

  • Países em desenvolvimento estão enfrentando o fardo duplo da desnutrição e taxas crescentes de obesidade e diabetes – causados pela rápida urbanização falta de atividade física e uma mudança de padrão alimentar.

  • É uma das principais causas de mortes no mundo: 3,2 milhões de mortes/ano.

  • A cada 10 segundos, 1 pessoa morre em conseqüência do Diabetes.
    (Fonte IDF Diabetes Atlas 2003).

  • O diabetes tipo 2 é sub-diagnosticado 53,5% de casos desconhecidos e inadequadamente tratado: 46,5%.
    (Fonte: MiS, CNPq, SBD)

  • De acordo com a O.M.S (Organização Mundial de Saúde) em 2006 há cerca de 171 milhões de pessoas portadoras de Diabetes, e esse índice aumenta rapidamente. É estimado que esse número dobre em 2030.

  • O Diabetes é de ocorrência mundial, sendo mais comum(especialmente o tipo 2) nos países mais desenvolvidos. Um maior aumento é esperado atualmente na Ásia e na África, onde ocorrerão um grande número de diabéticos em 2030. O aumento do índice de Diabetes em países em desenvolvimento deve-se à urbanização e mudança de estilos de vida (sedentarismo).

  • Há cerca de  20 anos, o número de diabéticos na América do Norte vem aumentando consideravelmente. Em 2005 eram em torno de 20.8 milhões de pessoas com diabetes somente nos Estados Unidos. De acordo com a American Diabetes Association existem cerca de 6.2 milhões de pessoas não diagnosticadas e cerca de 41 milhões de pessoas que poderiam ser consideradas "pré"-diabéticas. Os Centros de Controles de Doenças classificaram o aumento da doença como epidêmico.

fonte: http://www.tudosobrediabetes.com.br/estatisticas.php

Mais Dados Estatísticos

O diabetes está se tornando a epidemia do século e já afeta cerca de 246 milhões de pessoas em todo o mundo. Até 2025, esse número deve chegar a 380 milhões. Mas estima-se que metade das pessoas que têm diabetes desconhece a própria condição. Pode atingir crianças de qualquer idade. Quando não detectado logo nos primeiros anos, o diabetes pode ser fatal.

Pais, familiares, médicos e professores devem conhecer os sintomas para possibilitar o tratamento imediatamente e evitar as complicações da doença. A incidência dos principais tipos de diabetes está aumentando entre crianças e adolescentes: o tipo 1 (que necessita do uso de insulina) e o tipo 2 (controlada principalmente por medicamentos, dietas e exercícios).

Veja dados estatísticos da IDF (International Diabetes Federation):

  • Cerca de 500 mil crianças com menos de 15 anos têm diabetes tipo 1.
  • A cada dia, 200 crianças desenvolvem o diabetes tipo 1. A cada ano, são mais de 70 mil novos casos.
  • Quase quatro milhões de pessoas morrem no mundo, todos os anos, por complicações causadas pelo diabetes.
  • A incidência do diabetes tipo 1 em crianças aumenta 3% ao ano. Ela está crescendo rapidamente em idade pré-escolar, até 5% por ano.
  • Finlândia, Suécia, Noruega, Reino Unido e Canadá lideram as estatísticas em incidência de diabetes tipo 1 em crianças.
  • Mais da metade das crianças com diabetes desenvolve complicações dentro de um período de 15 anos.
  • Em países em vias de desenvolvimento, muitas crianças morrem por não terem acesso à insulina. Ás vezes nem existem aparelhos disponíveis para monitorar as taxas glicêmicas.
  • Estima-se que metade das pessoas com diabetes desconheça a própria condição. Em países em desenvolvimento, essa estimativa chega a 80%.
  • O diabetes tipo 2 nos jovens corresponde a 2-3% de todos os tipos de diabetes.
  • Estudos mostram que exercícios físicos e dieta equilibrada previnem 80% dos casos de diabetes tipo 2.
  • Pessoas com diabetes tipo 2 têm o dobro de chances de sofrer um ataque cardíaco.
  • Até 2025, o maior aumento na incidência do diabetes está previsto para os países em desenvolvimento.

Dados Recentes Sobre a Diabetes no Brasil

A prevalência do diabetes foi avaliada, no período de 1986 e 1988, em nove capitais brasileiras (Porto Alegre, São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Salvador, Recife, João Pessoa, Fortaleza e Belém), através de medidas diretas de glicemias realizadas em domicílios sorteados ao acaso, dentro das mais rígidas normas da metodologia estatística. A prevalência, detectada na faixa etária de 30 a 69 anos, foi de 7,6% para o diabetes e outros 7,8% para a tolerância diminuída à glicose, hoje conhecida como “pré-diabetes”. O estudo foi publicado no Diabetes Care, por Domingos Malerbi e Laércio Franco, em nome do Comitê Assessor do projeto[1].
Mais tarde, no período de setembro de 1996 e novembro de 1997, ou seja, cerca de 10 anos após o Censo Brasileiro de Diabetes, uma equipe de pesquisadores de Ribeirão Preto conduziu um novo estudo sobre prevalência de diabetes e de tolerância diminuída à glicose na população daquele município, utilizando exatamente a mesma metodologia do Censo Brasileiro de Diabetes, o que permite comparações válidas entre ambos os estudos. Os dados de Ribeirão Preto mostraram uma prevalência de 12,1% de diabetes e de 7,7% de tolerância diminuída à glicose na faixa etária de 30 a 69 anos, ou seja, um aumento de 59% na prevalência de diabetes e a manutenção de prevalência equivalente de tolerância diminuída à glicose, quando esses dados são comparados com os resultados do Censo Brasileiro de Diabetes[2].
A pergunta de 1 bilhão de dólares, no momento, é a seguinte: qual a verdadeira dimensão do número de portadores de diabetes no Brasil? As autoridades de saúde trabalham com estimativas bastante conservadoras, estimando essa população em 5 milhões de pessoas, incluindo os diagnosticados e os não diagnosticados. Ressalte-se que, em qualquer estimativa de prevalência, sempre haverá uma subpopulação de não diagnosticados, cujo percentual oscila entre 40% e 60% ou até mais da população avaliada.
Para a população de 30 a 69 anos, que inclui hoje cerca de 38% da população brasileira, o Censo Brasileiro de Diabetes mostrou uma prevalência de 7,6%, enquanto que o estudo de Ribeirão Preto mostrou uma prevalência de 12,1%. Afinal de contas, onde estaria a cifra verdadeira?
Estudos conduzidos pelo Centers for Disease Control and Prevention mostraram que, no período entre 1990 e 2005, a prevalência total de diabetes aumentou dramaticamente na velocidade de 4,6% ao ano, como mostra a figura 1[3]. Aplicando-se essa taxa de crescimento na prevalência aos dados do Censo Brasileiro de Diabetes de 1986-88, chegaríamos, hoje, a uma prevalência estimada de 14,92% para a faixa etária de 30 a 69 anos, o que equivaleria a um aumento de nada menos que 96.3%. Um estudo avaliou o aumento da prevalência do diabetes na Austrália, em pessoas com mais de 15 anos, tendo mostrado que, entre 1991 e 2003, houve um aumento de 91% nessa prevalência[4].

 

pop-dm-imagem1

Figura 1 – O aumento significativo de 120% na prevalência de casos diagnosticados de diabetes no período de 1980 a 2005. Ressalte-se o significativo aumento na velocidade de crescimento dessa prevalência a partir de 1990, intensificando-se a partir de 1995.

Em estudo publicado no Diabetes Care, em 2004, Sarah Wild e colaboradores consideraram o estudo brasileiro de prevalência do diabetes como padrão de referência para as estimativas de prevalência da doença nos seguintes países: Argentina, Chile, Cuba, México, Uruguai e Venezuela. Esse fato demonstra não apenas o extremo rigor técnico e metodológico do Censo Brasileiro de Diabetes, mas também ressalta o fato de que estudos de prevalência realizados nesses países não seguiram as melhores práticas metodológicas para merecerem credibilidade em relação aos seus resultados.
Não sabemos em que bases, mas o estudo de Sarah Wild afirma que, no ano 2000, a população total de portadores de diabetes no Brasil foi estimada em 4,6 milhões de pessoas, ocupando o oitavo lugar entre os países de maior prevalência de diabetes no mundo. Para 2030, a previsão é de que o Brasil atinja uma população de 11,3 milhões de pessoas, subindo para o sexto lugar nessa lista[5].
Frente a todas essas evidências de dados de estudos clínicos e de estimativas de prevalência, não resta dúvida de que a estimativa oficial da população de 5 milhões de pessoas com diabetes no Brasil, incluindo diagnosticados e não diagnosticados, certamente não reflete nossa realidade. Na falta de dados mais precisos e mais recentes da prevalência de diabetes no Brasil, consideramos que a cifra de 12% apontada pelo estudo de Ribeirão Preto para a faixa etária de 30 a 69 anos seja, provavelmente, a que melhor reflete nossa situação atual.
Como Estimar o Número de Pessoas com Diabetes no Brasil
A matriz de cálculo, apresentada na figura 2, mostra como fazer a estimativa da população total de pessoas com diabetes no Brasil, nos estados ou nos municípios, bastando apenas conhecer o tamanho da população nacional, estadual ou municipal. Essa matriz de cálculo considera a distribuição da população total em 3 faixas etária distintas: abaixo de 30 anos (58%), entre 30 e 69 anos (38%) e acima de 69 anos (4%) e as respectivas prevalências nessas 3 faixas etárias, ou seja, prevalência de 0,1% na faixa etária abaixo de 30 anos, de 12%  na faixa etária de 30 a 69 anos (cifra correspondente ao estudo de Ribeirão Preto) e de 20% na faixa etária acima de 69 anos. Para o cálculo das populações estimadas de pessoas com diabetes em estados ou municípios, basta colocar na matriz a população estadual ou municipal e aplicar os índices mencionados na figura 2.
Resumo e Conclusões
O conhecimento do número de portadores de diabetes de uma determinada população é de fundamental importância para a quantificação do problema e para o planejamento das ações de saúde e dos investimentos necessários para enfrentar a doença. Infelizmente, em função da não disponibilidade de dados atualizados e confiáveis de estudos epidemiológicos com metodologia adequada, resta-nos apelar para estimativas, com base no conjunto de dados derivados de estudos nacionais e internacionais sobre o assunto. Exatamente por se tratar de estimativas, o profissional de saúde deve utilizar seu melhor julgamento para avaliar a questão. O que deve ser evitado a todo custo é a utilização de estimativas pouco ou nada fundamentadas em fontes confiáveis das avaliações epidemiológicas disponíveis. Afinal de contas, esta também é apenas uma estimativa e, como tal, sujeita a críticas.

pop-dm-imagem2

Figura 2 – Matriz de cálculo para estimativa da população nacional, estadual ou municipal, tomando-se como exemplo a população total brasileira de 184 milhões de habitantes, segundo dados do IBGE referentes a dezembro de 2007.

fonte:http://www.diabetes.org.br/Colunistas/Debates/index.php?id=1699

Referências Bibliográficas

  1. Malerbi D.A. e Franco L.J., em nome do Comitê Assessor para o Estudo da Prevalência de Diabetes no Brasil. Multicenter Study of the Prevalence of Diabetes Mellitus and Impaired Glucose Tolerance in the Urban Brazilian Population Aged 30-69 Yr. Diabetes Care 15(11):1509-1516, 1992.
  2. Torquato M.T.C.G. et al. Prevalence of Diabetes Mellitus and Impaired Glucose Tolerance in the Urban Population Aged 30-69 Years in Ribeirão Preto (São Paulo), Brazil. Sao Paulo Med. J. 121(6), 2003.
  3. Centers for Disease Control and Prevention, National Center for Health Statistics. Crude and age-adjusted prevalence of diagnosed diabetes per 100 population, United States. Disponível em: http://www.cdc.gov/diabetes/statistics/prev/national/figage.htm. Acesso em: 09 de setembro de 2008.
  4. Chittleborougha C.R., Grantb J.F., Phillipsc P.J. and Taylorb A.W. The increasing prevalence of diabetes in South Australia: The relationship with population ageing and obesity. Public Health 121(2):92-99, 2007. Disponível em:http://www.sciencedirect.com/science?_ob=ArticleURL&_udi=B73H6-4MJJC8S-5&_user=10&_rdoc=1&_fmt=&_orig=search&_sort=d&view=c&_acct=C000050221&_version=1&_urlVersion=0&_userid=10&md5=243c029aa4bec1b5c765921da85d2a2a. Acesso em: 09 de setembro de 2008.
  5. Wild S. et al. Global prevalence of diabetes. Diabetes Care 27:1047-1053, 2004 Disponível em:http://www.who.int/diabetes/facts/en/diabcare0504.pdf. Acesso em: 09 de setembro de 2008.