17 novembro 2008

Acidente Vascular Cerebral (AVC)

Conhecido popularmente como "derrame cerebral", o Acidente Vascular Cerebral (designado pela sigla AVC pelos médicos) é a terceira causa de morte em vários países do mundo e a principal causa de incapacitação física e mental.

O nosso cérebro é uma estrutura complexa e extremamente sensível. O cérebro é o centro de comando da vida – sem ele você não seria capaz de pensar, não seria capaz de sentir, não seria capaz de lembrar, não teria emoções. O cérebro faz de você um ser humano.

Para manter essa estrutura em funcionamento perfeito e contínuo, o cérebro é irrigado por sangue – é através do sangue que chegam ao cérebro o oxigênio que respiramos e os nutrientes que o mantêm vivo.

No entanto, por várias razões, em algum momento esse fluxo de sangue pode ser interrompido levando a uma alteração do funcionamento de determinada área do cérebro. Essa interrupção do fluxo sanguíneo é chamada de isquemia cerebral. Quando isso acontece por um certo período de tempo, aquela região do cérebro é lesionada. Essa lesão cerebral é chamada de Acidente Vascular Cerebral (AVC).

Algumas vezes, o paciente apresenta sintomas neurológicos que duram menos de 24 horas, geralmente minutos, como dificuldade para falar, visão dupla, vertigem e fraqueza ou formigamento em uma metade do corpo. Em outras ocasiões, os sintomas do Acidente Vascular Cerebral podem melhorar espontaneamente em poucos dias. Situações como essas ocorrem em conseqüência de uma isquemia cerebral transitória.

É importante conhecer os sintomas da isquemia cerebral transitória, pois podem anteceder em dias ou semanas o verdadeiro AVC. Os principais sintomas incluem:

  • fraqueza muscular,
  • paralisia,
  • perda da sensibilidade e formigamento,
  • dificuldade para articular as palavras,
  • dificuldade para elaborar a linguagem ou para compreender a linguagem,
  • sintomas visuais como visão dupla, ou perda do campo visual à direita ou à esquerda.

TIPOS:

  • Isquêmico: quando não há passagem de sangue para determinada área, por uma obstrução no vaso ou redução no fluxo sangüíneo do corpo.
  • Hemorrágico: quando o vaso sangüíneo se rompe, extravasando sangue.

FATORES DE RISCO PARA O AVC:

Como já vimos, fator de risco é aquele que pode facilitar a ocorrência do AVC. É imprescindível a sua caracterização e devida correção, pois quase toda a prevenção do AVC é baseada no combate aos fatores de risco. Os principais são:

Pressão Arterial: é o principal fator de risco para AVC. Na população, o valor médio é de "12 por 8"; porém, cada pessoa tem o um valor de pressão, que deve ser determinado pelo seu médico. Para estabelecê-lo, são necessárias algumas medidas para que se determine o valor médio. Quando este valor estiver acima do normal daquela pessoa, temos a hipertensão arterial. Tanto a pressão elevada quanto a baixa são prejudiciais, A melhor solução é a prevenção! Devemos entender que qualquer um de nós pode se tornar hipertenso. "Não é porque mediu uma vez, estava boa e nunca mais tem que se preocupar"! Além disso, existem murtas pessoas que tomam corretamente a medicação determinada porém uma só caixa! A pressão está boa e, então, cessam a medicação. Ora, a pressão está boa justamente porque está seguindo o tratamento! Geralmente, é preciso cuidar-se sempre, para que ela não suba inesperadamente. A hipertensão arterial acelera o processo de aterosclerose, além de poder levar a uma ruptura de um vaso sangüíneo ou a uma isquemia

DoençaCardíaca: qualquer doença cardíaca, em especial as que produzem arritmias, podem determinar um AVC. "Se o coração não bater direito"; vai ocorrer uma dificuldade para o sangue alcançara cérebro, além dos outros órgãos, podendo levara uma isquemia. As principais situações em qúe isto pode ocorrer são: arritmias, infarto do miocárdio, doença de Chagas, problemas nas válvulas etc.

Colesterol: o colesterol é uma substância existente em todo o nosso corpo, presente nas gorduras animais; ele é produzido principalmente no fígado e adquirido através da dieta rica em gorduras. Seus níveis alterados, especialmente a elevação da fração LDL (mau colesterol, presente nas gorduras saturadas, ou seja, aquelas de origem animal, como carnes, gema de ovo etc.) ou a redução da fração HDL (bom colesterol) estão relacionados à formação das placas de aterosclerose.

Fumo: sempre devemos evitá-lo; é prejudicial à saúde em todos os aspectos, principalmente naquelas pessoas que já têm outros fatores de risco aqui cita dos. Acelera o processo de aterosclerose, torna o sangue mais grosso (concentrado) ao longo dos anos (aumentando a quantidade de glóbulos vermelhos) e aumenta o risco de hipertensão arterial
(Determine sua dependência ao fumo).

Uso excessivo de bebidas alcoólicas: quando isso ocorre por murta tempo, os niveis de colesterol se elevam; além disso, a pessoa tem maior propensão à hipertensão arterial.

Diabetes Mellitus: é uma doença em que o nível de açúcar (glicose) no sangue está elevado. A medida da glicose no sangue é o exame de glicemia. Se um portador desta doença tiver sua glicemia controlada, tem AVC menos grave do que aquele que não o controla.

Idade: quanto mais idosa uma pessoa, maior a sua probabilidade de ter um AVC. Isso não impede que uma pessoa jovem possa ter.

Sexo: até os 51 anos de idade os homens ter maior propensão do que as mulheres; depois desta idade, o risco praticamente se iguala.

Raça: é mais freqüente na raça negra.

Históriade doença vascular anterior: pessoas que já tiveram AVC, "ameaça de derrame", infarto do miocárdio (coração) ou doença vascular de membros (Trombose etc.), tem maior probabilidade de ter um AVC.

Obesidade: aumenta o risco de diabetes, de hipertensão arterial e de aterosclerose; assim, indiretamente, aumenta o risco de AVC.

Sangue muito concentrado: isso ocorre, por exemplo, quando a pessoa fica desidratada gravemente ou existe um aumento dos glóbulos vermelhos. Este último ocorre em pessoas que apresentam doenças pulmonares crônicas (quer dizer, por muitos anos), ou que vivem em grandes altitudes. Em ambos os casos, o organismo precisa compensar a falta de oxigênio, aumentando a produção dos glóbulos vermelhos, para não deixar "escapar" qualquer oxigênio que chega aos pulmões.

Anticoncepcionais hormonais: os mais utilizados são as pilulos mas o médico deve avaliar e orientar cada caso. Atualmente se acredita que as pílulas com baixo teor hormonal, em mulheres que não fumam e não tenham outros fatores de risco, não aumentam a probabilidade de aparecimento de AVC.

Sedentarismo: a falta de atividades físicas leva à obesidade, predispondo ao diabetes, à hipertensão e o aumento do colesterol.

Sinais de alarme do Acidente Vascular Cerebral

O AVC é uma urgência neurológica e deve ser tratado imediatamente depois que acontece. Mas é possível prever que esse acidente está para acontecer. Lembre-se: o corpo fala. É importante conhecer os sintomas mais freqüentes desse tipo de acidente:

  • Diminuição ou perda súbita da força na face, braço ou perna de um lado do corpo;
  • Alteração súbita da sensibilidade com sensação de formigamento na face, braço ou perna de um lado do corpo;
  • Perda súbita de visão num olho ou nos dois olhos;
  • Alteração aguda da fala, incluindo dificuldade para articular e expressar ou para compreender a linguagem;
  • Dor de cabeça súbita e intensa sem causa aparente;
  • Instabilidade, vertigem súbita intensa e desequilíbrio associado a náuseas ou vômitos.

Prevenção de um novo Acidente Vascular Cerebral

É muito importante identificar as pessoas com risco de recorrência de AVC. Cerca de 10 por cento das pessoas que sofreram um AVC têm risco de voltarem a apresentar novo AVC no primeiro ano após o evento. Após o primeiro ano, esse risco diminui, mas é preciso atenção especial nos casos de pessoas que têm algum tipo de doença cardíaca.

“A mudança no estilo de vida é muito importante”.

Uma vida mais ativa, com atividades físicas regulares, dieta rica em frutas e fibras e pobre em gorduras ajudam a perder peso, diminuir os níveis de colesterol e controlar a pressão arterial. A diminuição de sal na dieta ajuda a diminuir a pressão arterial e a prevenir o AVC.

A diminuição de álcool e a abstenção de fumo podem, também, ajudar a prevenir o AVC. O consumo de álcool e o tabagismo aumentam o risco de um AVC. É extremamente importante que você abandone o fumo. No entanto, a ingestão de pequenas quantidades de álcool junto às refeições, especialmente de vinho tinto, é comprovadamente um hábito que contribui para a prevenção do AVC.