18 maio 2009

Artrose…Saiba mais!

As doenças reumáticas representam um dos maiores problemas de saúde mundial. Estima-se que, em todo o planeta, cerca de 10% da população sofra com estas enfermidades. No Brasil o quadro não é diferente: segundo a Sociedade Brasileira de Reumatologia (SBR), estes tipos de doenças atingem mais de 20 milhões de pessoas.

A artrose ou osteoartrite representa cerca de 30 a 40% das consultas em ambulatórios de reumatologia, segundo a Sociedade Brasileira de reumatologis (SBR). Outro dado brasileiro que demonstra a importância do correto diagnóstico e tratamento é fornecido pela previdência social: no Brasil, a osteoartrite é responsável por 7,5% de todos os afastamentos do trabalho, é a segunda também em relação ao auxílio-doença (em prorrogação) com 10,5% e é a quarta a determinar aposentadoria (6,2%). Estes números e o conhecimento clínico mostra que é fundamental que diagnóstico e tratamento sejam realizados o mais precocemente possível, uma vez que isso pode reduzir os eventuais prejuízos que a osteoartrite pode trazer ao paciente.
Prevalência em idosos
Pouco comum antes dos 40 anos, a artrose é mais freqüente após os 60. Pelos 75 anos, 85% das pessoas têm evidência radiológica ou clínica da doença, mas somente 30 a 50% dos indivíduos com alterações observadas nas radiografias queixam-se de dor crônica”, afirma o especialista. Como grande parte da população já ultrapassou os 60 anos, a artrose representa uma preocupação no Brasil que, segundo a OMS, até 2025 será o sexto país do mundo com o maior número de pessoas idosas. Nos países mais desenvolvidos, onde grande parcela da população já ultrapassou os 55 anos, a artrose representa pesado encargo financeiro para a assistência social, além do impacto humano e familiar que causa.

Sintomas e tratamentos

Entre os sintomas da artrose, a dor e a falta de mobilidade nas articulações são as mais comuns. A artrose atinge as articulações dos joelhos e das mãos, pode levar à incapacidade física e dificultar a locomoção, quando agride mais intensamente o joelho. Nessa situação, algumas pessoas que têm a doença não conseguem sequer subir uma escada ou atém mesmo abaixar para amarrar um calçado, a evolução da doença quase sempre implica em uma gradativa diminuação do nível de atividade funcional relacionada as atividades de vida diária, um ciclo de retroalimentação de dor e inatividade, ou seja, quanto mais o paciente sente dores maior é a inatividade funcional que acaba por agravar o quadro degenerativo articular, o que causa mais dor.
Já os tratamentos médico-medicamentosos se baseiam em uso de analgésicos e anti-inflamatórios para alívio da dor e medicamentos para tentar retardar ou interromper o processo degenerativo da doença, repouso físico na fase aguda da região afetada, adequação do peso, principalmente em pessoas idosas, que transmitem muita carga de pressão para as articulações dos membros inferiores. É fundamental que as pessoas busquem o tratamento adequado logo nos primeiros sintomas. O tratamento em fase inicial da doença ajudará para evitar problemas no futuro.

Fatores de risco

Osteoartrite (OA) nos dedos das mãos é mais freqüente em mulheres e tem grande incidência familiar, favorecendo um mecanismo genético.

Osteoartrite em articulações que recebem carga, como quadris e joelhos, são mais freqüentes em obesos o mesmo podendo acontecer com a coluna vertebral.

Defeitos posturais como pernas arqueadas favorecem Osteoartrite de joelhos. Posição inadequada do fêmur em relação à bacia leva à degeneração cartilaginosa em locais específicos da articulação coxo-femural.

Do mesmo modo, defeitos nos pés levarão à instalação de Osteoartrite, sendo o joanete o melhor modelo. Entretanto, há pacientes que sofrem outro tipo de OA no dedo grande do pé que não se relaciona com defeito postural.

Hiperelasticidade articular, mais comum em mulheres, pode permitir que as superfícies articulares ultrapassem seus limites anatômicos e a cartilagem, deslizando em superfícies duras, sofre erosão. Osteoartrite OA entre fêmur e rótula (femuropatelar) é um exemplo comum.

Doenças metabólicas como diabete e hipotireoidismo favorecem o desenvolvimento de Osteoartrite.

Outras doenças que afetam a cartilagem como artrite reumatóide, artrite infecciosa e doenças por depósitos de cristais (gota e condrocalcinose) podem apresentar-se com o mesmo tipo de lesão e são rotuladas como Osteoartrite (OA) secundária.

Manifestações clínicas

O que se sente?

Antes da dor, os pacientes com OA podem reclamar de desconforto articular ou ao redor das articulações e cansaço. Posteriormente, aparece dor e, mais tarde, deformidades e limitação da função articular. No início, a dor surge após uso prolongado ou sobrecarga das articulações comprometidas.

Mais tarde, os pacientes reclamam que após longo período de inatividade como dormir ou sentar-se por muito tempo em Osteoartrite de quadrís ou joelhos, há dor no início do movimento que permanece alguns minutos.

São exemplos a dor discreta com rigidez que dura alguns minutos nos dedos pela manhã e nos joelhos também de manhã ou após algum tempo sentado. Nos pacientes que têm piora progressiva a dor fica mais forte e duradoura e as deformidades acentuam-se.

Na Osteoartrite de quadrís e joelhos, subir e descer escadas fica mais difícil assim como caminhadas mais longas.

A inflamação pode produzir aumento do líquido intra-articular. Nestas situações a dor aumenta, os movimentos ficam mais limitados e a palpação articular evidencia calor local além da presença do derrame.

Acredita-se que só o fato de uma articulação estar comprometida já é suficiente para que se desenvolva atrofia muscular, mas certamente a falta de movimentos completos e a inatividade são fatores coadjuvantes importantes. Em casos extremos, os pacientes necessitam fazer uso de bengalas ou muletas. Raramente um paciente com Osteoartrite de quadris ou joelhos vai para cadeira-de-rodas.