A ateroesclerose é o depósito no interior das artérias de substâncias gordurosas junto com colesterol, cálcio, produtos de degradação celular e fibrina (material envolvido na coagulação do sangue e formador de coágulos). O local onde esse depósito ocorre chama-se placa.
Arteriosclerose é um termo geral usado para denominar o espessamento e endurecimento das artérias. Parte desse endurecimento é normal e é decorrente do envelhecimento das pessoas.
As placas podem obstruir total ou parcialmente uma artéria, impedindo ou diminuindo a passagem de sangue. Sobre as placas podem se formar coágulos de sangue, denominados de trombos que, ao se soltarem, provocam embolias arteriais. Quando isso acontece no coração, temos o ataque cardíaco ou o infarto do miocárdio; quando no cérebro, provoca a embolia ou a trombose cerebral. Como a doença ocorre em artérias de médio ou grosso calibre, a gravidade, bem como as conseqüências, dependerão do local, mais ou menos nobre do organismo, onde o acidente vascular ocorrer.
Trombose, obstrução em artéria cerebral.
A ateroesclerose é uma doença de progressão lenta e que pode se iniciar desde a infância. Em algumas pessoas atinge a maior intensidade de progressão na terceira década e noutras somente depois da quinta ou sexta década.
Sobre as causas do início da ateroesclerose pouco sabemos. Existem três teorias que tentam explicar porque a camada mais interna (endotélio) dos vasos é atingida.
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· Primeira, a elevação da pressão arterial
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Segunda, a elevação dos níveis de gordura no sangue (Colesterol e triglicerídios).
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Terceira, o fumo. A fumaça do cigarro particularmente agride o endotélio das artérias das pernas, das coronárias e da aorta.
Por isso a camada interna das artérias fica espessada, o que diminui a luz dos vasos atingidos e a oferta de sangue nos territórios irrigados por esses vasos.
Passando pouco sangue, menos do que o necessário para manter a função do órgão irrigado por ele naquele momento, ocorre a isquemia, o que no coração provoca a angina do peito.
Aorta, placa de ateroma. Fonte:http://www.fo.usp.br/lido/patoartegeral/Banco_de_imagens/patoarteimages1Atero.htm
Aorta (HE,200X). Em detalhe, vêem-se aqui as células espumosas, tipicamente observadas na cápsula fibrosa que reveste o núcleo central necrótico da ateroesclerose. Essas células, de citoplasma amplo e claro ou eosinofílico (clique sobre a figura para visualizar os limites do citoplasma) e núcleo deslocado para a periferia, podem ser originárias de monócitos que, uma vez na circulação sanguïnea, transformam-se em macrófagos. Fonte:http://www.fo.usp.br/lido/patoartegeral/Banco_de_imagens/patoarteimages1Atero.htm
Se o bloqueio é total, quando nada de sangue passa, ocorre:
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no coração, o infarto do miocárdio,
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no cérebro, a trombose cerebral e
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na perna, a claudicação, se for parcial; a obstrução e a necrose com gangrena, se for total.
Os fatores desencadeantes da ateroesclerose são os mesmo citados como fatores de risco de doenças cardiovasculares.
O COLESTEROL
As gorduras do sangue - os lipídios - são compostos principalmente pelo Colesterol, o HDL Colesterol (chamado de o bom colesterol), o LDL Colesterol (chamado de o mau colesterol) e os Triglicerídios.
A Associação Médica Americana insiste em que os níveis de colesterol normais se situem abaixo de 200 mg % e que o HDL Colesterol esteja acima de 35 mg %.
A Tabela do Massachusetts General Hospital de Boston adota como níveis normais, para as diferentes idades, a tabela abaixo:
Colesterol total:
Menos de 29 anos - abaixo de 200 mg %
de 30 até 39 anos - abaixo de 225 mg %
de 40 até 49 anos - abaixo de 245 mg %
acima de 50 anos - abaixo de 265 mg %
Para o HDL Colesterol dão como valores normais:
Homens - de 30 a 70 mg %
Mulheres - de 30 a 90 mg %
Para o LDL Colesterol
50 a 190 mg %, tanto para homens como mulheres
Os riscos de doença cardiovascular relacionados aos índices dos níveis de Lipídios no sangue, formulados pela AAM Americana são:
1. Colesterol menor do que 200 mg % e HDL Colesterol maior do que 34 mg %.
Se não houver outros fatores de risco, a chance de doença cardiovascular é relativamente pequena. Essa pessoa deve repetir os exames a cada 5 anos e deverá seguir as recomendações para prevenir as doenças cardiovasculares.
2. Colesterol menor do que 200 mg % e HDL Colesterol maior do que 35 mg %.
Primeiro, deve verificar o LDL Colesterol e falar com o seu médico sobre qual a conduta a seguir. Segundo, controlar os outros fatores de risco e terceiro, aumentar a sua atividade física.
3. Colesterol entre 200 e 239 mg % e HDL Colesterol acima de 34 mg % e menos do que dois fatores de risco.
Essa situação pode duplicar as chances de ter doença cardiovascular. Os incluídos nesse grupo devem primeiro corrigir os outros fatores de risco; segundo, controlar o colesterol a cada dois anos e terceiro, basicamente, procurar modificar a sua dieta e aumentar sua atividade física. Nem todas as pessoas que têm esses níveis estão realmente ameaçadas de doença cardiovascular. Fale com o seu médico a respeito disso.
4. Colesterol total de 200 a 239 mg %, HDL Colesterol menor do que 35 mg % e mais do que dois fatores de risco.
Nesse caso a pessoa pode ter uma chance dobrada de doença cardiovascular assim como as pessoas com menos de 200 mg %. Deverá verificar o LDL Colesterol e falar com o seu médico, que o orientará sobre os controles e as medidas a seguir. Também deverá controlar os outros fatores de risco, corrigir a dieta e aumentar a atividade física.
5. Colesterol acima de 240 mg %.
O risco de doença cardiovascular é grande e maior ainda, se tiver outros fatores de risco. Deverá verificar o LDL Colesterol e mostrar ao seu médico que vai interpretar os exames. O seu médico irá orientá-lo para reduzir esse e os outros fatores de risco